sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

123 dias

Foram 122 dias para as alianças chegarem.
Enfim, chegaram.
Lindas, brilhantes e acompanhadas de lágrimas.

domingo, 27 de novembro de 2011

os dois

Era portão sob luar apaixonado. Era abraço apertado ritmado. Era valsa descalça na calçada. Era saia do vestido que voava a cada rodada. Era hora de despedida. Era beijo de até amanhã. Era o voltar por não ter coragem de ir embora. Era beijinho de sorriso. Era tudo, a toda hora.

Força, Coragem, Vontade

Obrigada, por não permitir que fosse tarde demais.
Obrigada, por nunca desistir de mim.
Obrigada, por cada vez que me ouvistes.
Obrigada, por me mostrar que estava me ouvindo.
Obrigada, por me levar até lá.
Obrigada, pelo o poder sentir Tua presença.
Obrigada, pelo perdão.
Mas, agora mais do que nunca, preciso de força. Preciso de coragem. Preciso de, principalmente, vontade.
Preciso reencontrar as verdadeiras paixões. Preciso de Ti.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Melhor Amigo

Eu tenho um melhor amigo. Ele é o cara em quem confio de olhos fechados e abertos. É nele que dou broncas e também é dele que as ouço. É pra ele que nunca escondi nada. É com ele que meus olhos não aguentam e se impossibilitam de mentir.

Eu nunca menti pro meu melhor amigo. Eu nunca falei tudo o que ensaiem pra brigar com ele quando se atrasava (é que a felicidade de o ver me faziam esquecer da raiva).

Eu já enxuguei algumas lágrimas de seu rosto e também ri do seu sorriso. Na verdade eu acabo sorrindo toda vez que ele fala do meu sorriso. Eu já senti o encaixe perfeito de nosso lábios e desfiz nós na garganta ao sentir seu beijo.

Já fechei os olhos ouvindo seu coração. Já esqueci do tempo olhando seus olhos e sorriso. Já me perdi o observando distraído imaginando o quanto tenho sorte. Já senti sua falta, já não quis o deixar voltar pra casa, já lhe disse que o amo.

Eu tenho um melhor amigo que já chamei de irmão, chamarei de marido, e que, por enquanto, chamo de namorado.


p.s.: 93 dias

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

......

Vou fazer algo pros outros e esquecer de mim. Um lugar pra escrever o que é bonito e poético, escrever o que e como se quer ler. Deixarei tudo que realmente quero falar guardado a sete chaves, te mostrarei o que quer ver, te farei feliz, te enganarei.

Outro Mar


Isabella Taviani

"E eu tenho medo
O silêncio quer gritar
Que me perdoe
Eu não posso mais ficar
Eu não quero mais
(...)
Abri as portas da vida, louca vida
Abri meus braços pro mundo
Não to mais sem rumo
Livrei meu corpo da dor
Porque chegou a hora de viver um novo amor"

____________________________________________
Dedicado para Adriane Fernandes
- Quero ver sorrisos em teus lábios.

domingo, 6 de novembro de 2011

Para evitar sustos

Eu leio meus primeiros posts e fico com vergonha da idiota que eu já fui.

Eles dois, feijão com arroz

"Ela gosta dele. Ele gosta dela. Todo mundo sabe disso, menos eles."


A frase é clichê e de dono perdido, mas me lembrou deles no isso. Eram burros ou apenas cegos? Dois melhores amigos, dois irmãos sem medo de declarar o amor nesta irmandade. Quando saiam todos comentavam, ninguém nunca acreditou em sua inocência, que sim, era muito real. Eram "eu te amo"s desenfreados e descarados, "amo-te tanto, que amo até os teus defeitos", "seria tão legal se morássemos juntos" e nunca entenderam tudo isso, até comentários sobre casamento virem:
- Fala sério, não tem jeito. Eu vou acabar casando contigo.
Ela não reparou muito nestas palavras, talvez nem tenha notado que saíram de sua boca. Continuou andando como se tivesse acabado de afirmar que deveria chover mais tarde. Mas, por algum motivo, talvez óbvio para um expectador não-participador, ele congelou no mesmo lugar, e só voltou a andar quando ela o gritou de seus dez passos a frente dele perguntando o que tinha acontecido e se ele iria ficar ali pra sempre.
Bem acho que ele descobriu toda a verdade ali. Talvez tenha sido depois, pensando nas possibilidades, ou também tenha sido quando ele percebeu o quanto sentia ciumes dela. Tanto faz, ele não disse nada, não fez nada. Creio que tenha sido por medo de não ser nada disso. Pode ter sido por medo de perder a amizade.
A descoberta sobre a curiosidade dela tinha sido feita não se sabe se antes ou depois, mas foi numa conversa de início tristonho à dois, sentados num ponto de ônibus frio e vazio numa noite doída qualquer. Passaram-se três, quatro, cinco ônibus, mas não queriam ir embora. A conversa era boa, e vinha em boa hora. O coração mudou o ritmo, ela arregalou os olhos se perguntando o que era aquilo. Deu-se uns tapas imaginários e pediu-se auto-controle. Era coisa do momento, ela imaginou. Mas o novo olhar sobre o melhor amigo mudou. Olhava seu sorriso de jeito diferente. O contraste cabelos negros-olhos verdes pareciam brilhar mais, talvez ela nunca tenha notado esse detalhe antes. Sentia a mesma saudade de sempre, o mesmo amor de sempre e uma curiosidade nova se isso tudo desde sempre foi outro tipo de amor.
Os dois não assumiram um para o outro, pelos mesmos medos do 'não dar certo', e amizade nunca mais ser a mesma. Mas coisas assim tão puras e verdadeiras não se escondem por muito tempo. Selinho roubado veio, reclamação assustada também. Selinho roubado repetiu e a reclamação não parou, mas diminuiu. Beijinho colado chegou, e a conversa dos dois continuou. Agora sobre tudo que sempre discutiram antes, mas também sobre datas e casas, filhos e outras coisas mais, completamente normais entre casais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eles voltaram (mas nunca tinham ido)

- Teu sorriso é tão lindo
- Não é nada
- É sim, sua boca é mais fina nos cantinhos, mas quando você ri ela some e seu tracinho de sorriso cresce até as bochechas. - Ela sorri mais uma vez, desta vez cheia de vergonha, escondendo o rosto
- Viu só? É tão lindo. Eu queria ser bom com as palavras como você, talvez eu conseguisse descrever esse sorrisão todo

Surdez e um pouco Cegueira

Tirei-a de seu 'esconderijo' e depois de tanto tempo, a li. Mais uma vez desperto fora o desejo por Tua Palavra. Não havia reparado que já estão amarelas estas páginas. Não havia reparado na solidão que as tenho deixado. Tinha me esquecido do Senhor destas palavras, e que Ele sempre me permite as ler de novo, procurar de novo, ser perdoada de novo, renascer de novo. Agora que a memória me bateu, por favor, devolva-me a coragem. Por favor, devolva-me a vontade do quebrantar. Devolva-me a vergonha do que não é certo. Devolva-me as lágrimas para que então possas secá-las e perdoá-las. Por favor, me devolve a vontade que tanto tive de Ti. Devolva-me a vontade de voltar.


"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo." - Apocalipse 3:20
"Você disse: 'Não fui chamado!'? Acho que deveria dizer: 'Não ouvi o chamado'(...)" - William Booth


- Obrigada pela lembraça

Falta de memória

Infelizmente eu esqueci como posar para fotos. Esqueci como ser bonita em pequenos espaços sem movimento. Esqueci como fingir.

Cinema pra dois


Era cinema de sala cheia. Comum comédia romântica. Ele se perdia nas rápidas legendas e vez ou outra engolia o orgulho para perguntar qual era a piada. Estavam nas primeiras fileiras e a tela os parecia engolir.
Como todo romance que se prese tinha que ser triste, apaixonado e bem-humorado. Ela olhou pro lado, viu a silhueta do seu amor atento ao filme. Piscou algumas vezes e lembrou de sua história com ele. A história do filme não era tão boa quanto a deles dois. As mãos estavam dadas com cotovelos apoiados no braço da cadeira de cinema. Ela esqueceu um pouco do filme do cinema, e imaginou o seu filme que acontecia naquele momento. Perdeu noção de tempo e algumas partes da história enquanto continuava a olhar aquela cena. Imaginou uma foto, mas como sempre acontece, nunca se tem câmeras quando mais são necessárias. Continuou olhando, e percebeu que tudo que passava por sua cabeça não era sonho. Chegou os lábios perto dos olhos verdes que tanto lhe enamoram e os beijou. Ele a olhou como quem não entende muita coisa, e ela o beijou os lábios. Apertou sua mão áspera, puxou seu braço e o agarrou em forte abraço. Beijou de novo e cochichou:
- Meu príncipe.
- Como?
- Nada não. - É que ela não iria repetir, mas em sua cabeça falou:
- Meu príncipe de cinema finalmente chegou.

#Foto por: Marcel Blanco.

74 dias

Desculpe, mas meu egoísmo [que até então não conhecia] não me permitiu preparo para isso. Tanto sonhei com meu porto-seguro, meu ponto de paz, que pensei que isto seria tudo, pois foi novo pra mim. Então [o egoísmo] não me deixou ver que também era novo pra ti. Sim, sim, sempre soube que era único, que nunca confiara e se entregara tanto. Mas a verdade é que a teoria, por mais que tenha sido perfeitamente compreendida, só faz de fato sentido, quando se torna prática.
Sonhei, sim sonhei em ser porto-seguro pra ti. Sonhei, sim sonhei em ser a pessoa na qual você mais confiasse neste mundo. Sonhei, sim sonhei que não terias medo de chorar em minha presença. Sonhei. Sonhei?
Ninguém sonha com as lágrimas alheias. Se há amor, lhe causam dor. Impotência. Tentar de tudo pra fazer alguém feliz, fazer de ti minha prioridade total. Abrir mão de todo e qualquer compromisso. Fazer de ti parte de mim, te fazer parte de tudo o que é meu. Pena que nunca lhe perguntei se era isso que desejaras. Não sei se te dói mais minha ajuda do que minha ausência. Entendo que homem é bicho estranho, que não gosta de ter necessidade de ajuda, mas eu não consigo não fazer nada quando sei que eu devo te ajudar.
Deixei as coisas bem claras, e és completamente sincero pra mim. Não me esconde nada, incluso lágrimas. Impotência. De novo.
Por mais que faça tanto, não consigo te ter feliz. Na balança, quando pesado, teus dias se passam mais tristes do que em teus sinceros sorrisos que tanto me apaixonaram. Sei que faço tudo o que posso, sei que eu certa. E tu também o sabes. Mas descobrir que a prática dói, disso não sabíamos.
Penso que sou egoísta quando penso que és egoísta por continuar triste após tudo o que faço por ti. Choro escondida cada vez que descubro que estou pensando mais em mim do que em você. Sei que precisas de mim, sei que faço diferença, mas também sei que não tenho sido suficiente pra sarar tuas feridas. Sou como água com açúcar. Acalmo sem explicação científica, mas não sirvo em nada pra curar.
Quero-te feliz ao meu lado, quero-te rindo do início do nosso amor. Quero arco-íris depois de toda essa chuva.
Quero teu sorriso de volta, meu amor.
Quero tua felicidade plena.
Quero que entendas, por favor, entenda, não quero nada além de ti. Não quero amor comprado, não quero presentes. Só quero meu amor do meu lado, fazendo suas graças, sorrindo sem pudor, sem me medir ou controlar, apenas nós dois na essência do que somos. Nos aceitando como sempre fizemos, e sabendo que somos o suficiente um pro outro.
A maior forma de agradecimento é o amor. Não faça nada além disso por mim.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

2/2

Certas vezes, preferiria eu, que me desse surras. Que em mim deixasse marcas que, por mais que eu quisesse esconder, as pessoas pudessem ver.
Preferiria tapas no lugar dessa tua ausência de palavras.
Só assim ninguém poderia insultar-me jovem, egoísta ou mimada cada vez que eu pensasse em reclamar uma lágrima não chorada.

1/2

Vou brincar com lápis de cor
E assim brincarei de compor
Inventarei a paz,
Pacificarei a prosa.
Minha, tua, nossa, vossa
Filha de magia, poesia.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A magia de Escher


Era um espaço mágico, fruto de uma visão mágica que possuía uma mágica perspectiva.
Todo essa magia fora posta em papel. Reprodução da mágica perspectiva.
Encantou matemáticos, arquitetos e artistas. Era novo, era ousado. De fato, mágico.
Era complexo, era visão de gênio.
Lá dentro, o grande ficara pequeno. As escadas não tinham fim. Os espaços, várias dimensões. Mágica de louco. Fazia dos mais estudiosos, tolos.
Mas, então, lhe entregaram os pontos. Como quem quer revelar segredo, explicaram todo o feito. Pena dos que o fizera, pois para todo aquele que observa atentamente, continua sendo mágica. Racional e muito bem pensada.

#Foto por Macel Blanco. Exposição "O Mundo Mágico de Escher" no espaço CCBB (2011. Rio de Janeiro - RJ)

-

Minha vida, minhas histórias

Enquanto vivo imagino os belos textos enamoradores de jovem leitores que certos momentos poderiam dar.
Imagino o ritmo e linguagem das palavras, imagino o tom da narrativa. Chego a imaginar a reprodução de meus diálogos, que por vez se fazem ao pé da letra e por outras ao pé da memória, que não me é sempre de total certeza.
Imagino minha vida como livro, e me pego pensando se este lhes seria interessante.
Me perguntam onde andam meus olhos perdidos, e respondo que no absoluto nada. De fato, nada novo. Apenas o repetir do que acaba de acontecer. Bem literal, bem poético. Talvez seja tentativa de não esquecer.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Parte XXVIII - Juliana Lima

Parte XXVII em http://dricafernandes.tumblr.com/
________________________________________________

Palavras esperançosas, talvez digna da introdução ao ápice da história que, como é de praste, deveria ter final feliz. Mas me desculpe donzela, conheço tuas linhas. Mais que isso, tuas entrelinhas. Diz o que seria bonito de se dizer, mas não o que de fato diria. A verdade mais doída, e que se esconde por tantas vidas, é que ninguém gosta de procurar, entretanto, todos querem achar. Diga-se de passagem, serem achados.
Solidão cansa, disso eu sei. Rotina cansa, também é verdade. Procurar (ou pensar que está procurando) e não achar cansa, mas também dói.
Queremos todos, inclusos o que lhes negam, serem achados. Num dia qualquer, em qualquer lugar, abrir os olhos e sorrir pra grande salvação que para cada um cabe como se é preciso: amor, amigos, filhos; paixão por qualquer coisa.
O despertar de uma paixão, o reviver da alma, o secar das lágrimas, o sono sonhado entregue novamente. Não queremos procurar, temos sede de encontro.

______________________________________
continua em dricafernandes.tumblr.com/

Releitura - O homem que entrou no cano

...Então esperou o fim do almoço e, por consequência, hora da louça ser lavada.
Abriu-se a torneira. O homem sob um prato caiu. A mulher de olhos arregalados se pôs, e então endagou:
- Que fazes em minha louça, pequeno homem?
- Apenas passeava pelos canos.
- O que te levou a isto?
- Curiosidade sobre o interno.
- Nunca vistes canos?
- Já os vira, mas nunca os havia escutado.
- E o que te disseram pequenino?
- Sob cada casa um discurso próprio. Ora culinária, ora brigas familiares. Vez filosofia, outrora astrologia.
- E o que aprendeu com esta aventura pequeno curioso?
- Que apesar da linguagem e costumes distintos, por dentro seus canos são os mesmos: Todos sujos, nenhum limpo.
- E quem limpa cano por dentro, homenzinho?
- Quem por eles anda, jovem senhora. Agora, me ajude a voltar para casa. Tenho canos a limpar.

#Releitura do último parágrafo do texto "O homem que entrou no cano" (Ignácio de Loyola Brandão)

Aos mais castanhos olhos em companhia dos mais negros cabelos.

Tuas palavras me encantam. Tua linguagem escrita me fascina. Tua dupla personalidade inconstante, agora vejo, também me enamoram. Tua falta de tamanho se compensa em palavras. Lidas, escritas, repassadas.
Escreves pra ti, e o mundo engolirá teu egoísmo de escritas somente tuas espalhando-as para o mundo.
Ah, tão doce, tão amarga, tão diária, tão imprevisível poetiza que não se assume como tal. Largue a modéstia, já sabes o que fazer de tua vida se todo o resto não lhe for dito.
Escreva, pequenina dos cabelos negros. Escreva sobre tudo o que não foi. Escreva sobre tudo o que ainda há de vir. Escreva incansavelmente. Escreva palavras, escreva imagens. Escreva.
Leia, se apaixone pelo inexistente. Sonhe, e escreva teus diálogos sonhados, que tanto sei, querias que fossem todos muito reais.
Descubra-se ao papel. Não desista do moço que não existe. Tampouco creia em sua inexistência. Escreva a ele, sonhe-o.
Escreva vida. Tua, dos que andam pelas ruas, de quem não conheces, de quem conheces. De quem te inspira, de quem assiste. Compartilhe-as. Com ninguém, com todos. Com o papel.
Apenas não pare, não pare de escrever.


#Não sejas burra de pensar que isto não foi pra ti. Pense bem. Quantas micro-marrentas bipolares eu conheço?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Andando por aí

Ando criança mal-criada, que faz birra não querendo contar nada.
Ando adulta bem prendada, que como tal, aprendeu a fingir que não está mal fadada.
Ando atriz, muito boa por sinal, que por vez engano até a mim com esta história de estou muito feliz.
Talvez esteja me perdendo, talvez me descobrindo. Não sei muito bem, ainda não entendo o que estou sentindo.

Por que não me conhecem?

- Qualquer coisa me liga... -Disse um.
- Se precisar, pode ligar. -Afirmou outro.

Qualquer coisa, se precisar... Quer se mostrar solidário? Faça silêncio. Respeite a minha dor. Ou então se dê ao trabalho de ficar sem jeito com as palavras e mostrar que está ali gastando vans calorias ao discar meu número.
Desculpe a grosseria, mas é que depois de tanto tempo, ainda me assunto com o quão desconhecida sou para todos vocês.
Que fique claro: Eu não vou ligar.
Que fique claro: Farei de tudo para nenhum de vocês jamais verem uma lágrima minha.
Que fique claro: Não pronunciarei nenhuma palavra vã.
Que fique claro: Odeio ser alvo da dó alheia.
Que fique claro: Dá próxima vez não diga nada, apenas me abrace. (Talvez então, apenas então, eu confie um pouco para poder chorar e falar do que me aflige a alma).

Vou respirar fundo três vezes e fingir que nada aconteceu.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sobre primeiras vezes não pensadas


E pela primeira vez em toda minha vida, chorei de verdade.
Não que eu tenha fingido lágrimas, mas é que minhas lágrimas sempre foram raivosas, frustadas ou decepcionadas.
É que pela primeira vez chorei tristeza. Pela primeira vez chorei não poder fazer nada. Pela primeira vez chorei desesperado, sem conseguir controlar onde ou com quem.
Pela primeira vez fiquei de costas e andei pelas beiradas para que não vissem meu desespero.
Primeira vez que me joguei no chão do banheiro pra tentar me controlar -as outras foram pra descontrolar e desabafar comigo mesma.
Primeira vez que não voltei reabilitada dele. E incrivelmente, também pela primeira vez, houve alguém do lado de fora. Pela primeira vez tive quem fosse atrás de mim, tirasse meus olhos vermelhos das paredes com as únicas palavras de "o que foi?". Alguém que me abraçasse e se contentasse com meus soluços desesperados, até que as palavras explicativas sobreviessem a minha boca.

Jamais saberás o quão importante foi ter alguém pra finalmente me fazer entender que não preciso não sentir, e que não precisa ser sozinha. Talvez nunca entenderás a importância de eu poder confiar, pra finalmente conseguir ser apresentada a mim mesma em minha plena essência. Muito obrigada e -agora que me apresentou à mim- nunca mais vá embora.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Apesar de


Me desculpe por tudo que eu aparento ser, mas é que a verdade pode ser um tanto diferente do que mostro pra você.
É que apesar das minhas calças de menino e tênis maltrapilhos, eu amo estampas floridas e vestidos femininos.
É que apesar do meu cabelo mal amarrado e o rosto não-pintado, eu amo tranças e rostos delicados.
É que apesar do meu incrível e nada adorável jeito frio, eu amo poesias e bons livros.
É que apesar de todo esse meu jeito decisivo de mulher, vez ou outra me vejo meio menina perdida, sem saber bem o que quer.
É que apesar de tudo que pareço ainda gosto de cores delicadas e coisas com e sem preço.
É só que apesar de tantas coisas nada óbvias que sou, também sou coisas comuns, que quem sabe de tão igual você nunca se quer reparou.
É que apesar de tudo que quero que saibam que me diferencia, também quero que lembrem que sou igual, comum, menina, romântica -incubada-, apaixonada, sonhadora e um tanto poesia.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O meu alguém


Alguém que eu confie tanto ao ponto de conseguir chorar em sua frente sem me sentir mal. Alguém de quem eu não tenha vergonha das lágrimas. Alguém pra quem eu consiga explicá-las daquele jeito que não explica nada mas diz tudo. Alguém com o qual eu sentirei vontade de abraçar ao chorar, ao em vez de sair correndo ou esconder o rosto. Alguém que eu permito me ver chorar, e finalmente perco todo o peso que sempre carreguei por ter que fingir que sou forte o tempo todo e que nada me abala. Alguém com quem eu possa assumir que as coisas me atingem e me fazem derramar lágrimas, alguém com quem eu consiga, finalmente, desentalar as lágrimas. Alguém que me faça parar de me esconder -até de mim mesma- pra chorar. Alguém que me crie a necessidade de correr pro seu abraço. Alguém que eu consiga ser de verdade eu, sem nenhuma máscara ou falsa indiferença. Finalmente, achei.

___


E eu aqui, bebendo um copo de refrigerante como se fosse vodka.

Sonho pra ano virado


Vamos fugir para o telhado para ver os fogos de fim de ano. Vamos esperar que o dia amanheça. Falaremos sobre tudo. Falaremos besteira. Riremos de tudo e em algum momento nossos olhares se encontrarão em meio a um sorriso sincero, que mudará de faceta, e se tornará apaixonado com um ar de realizado. Talvez pisquemos pra acreditar que o momento é real, e enquanto sua mão deslizará pelo meu rosto, a fina chuva começa a cair sobre nós dois. É verdade que levaremos um tempo pra perceber a chuva, talvez quando esta já quase seja tempestade. Eu tirarei os sapatos sem que você perceba, e depois de ameaçar um beijo fugirei feito criança correndo pelo telhado com os sapatos nas mãos. Você, é claro, correrá atrás de mim. Talvez me alcance já no chão, talvez dentro de casa. Não me incomodarei em te beijar quando me alcançar. Eu sorrirei olhando teus olhos, e os beijarei. Sorrirei mais uma vez e você irá me indagar o porquê do sorriso, e como sempre, responderei que não foi nada. Mal saberás que meu sorriso será culpa tua.

29 dias


Perdi a vontade do banho -é que não quero que teu cheiro saia de mim-, perdi as vontades que tinha a pouco. Perdi a fome, perdi a vergonha pra ti. Perdi toda vontade que não tenha você, e como não te posso ter agora, só me permito lembrar e me deixar sonhar acordada dominada por lembranças próximas que me fazem reviver cada segundo, e repetir as sensações que tive quando estávamos juntos. Apenas um do outro e de ninguém mais. Despidos de medos, desconfianças ou vergonhas. Pela primeira vez egoístas o suficientes para pensar apenas nos dois e dispensar todo o resto. Sonho que estás comigo em momentos nunca vividos -por enquanto. Não tenho culpa, meu desejo não se permite ser outro. Quero-te comigo todo o tempo, meu bem. Quero-te sob o mesmo o teto. Quero-te em todas tuas manias e chatices. Apenas te quero. Aqui, comigo, todo o tempo.

domingo, 18 de setembro de 2011

Dia e Noite


Descobri-me, então, duas faces.
Matutina e Noturna. Auto-suficiente e saudosista.
Unitária e plural.
Assim descobri minhas faces controvertidas.
Que com o Sol, tudo pode. Que com a Lua, tudo precisa.
Indiferente à companhia. Necessitada de companhia.
Dia a um. Noite a dois.
Que loucura minhas faces. Que loucura reprimida.

Novidade


Acordei diferente. Acordei sem saudades e sem ausências.
Acordei com o Sol entrando pelas beiradas da cortina; acordei verão.
Acordei contente, mesmo no vazio residencial. Na verdade o vazio me fazia muito bem.
Assisti, ouvi, estudei e escrevi.
Sensação nenhuma, falta nenhuma, e ainda assim não há a sensação do nada.
Talvez a praia caísse bem, talvez o vento do mar.
-Não, aqui está confortável.
Estranhamente normal. Estranhamente confortável. Estranhamente acordada e sem esperas. Estranho e rotineiro, que não fazem parte da minha rotina.
Vazio, normal, indiferente. Isso não é uma coisa ruim.
Calei, ouvi, prestei atenção no nada que ouvi. Bonita música do dia, bonito som.
Acho que o nome disso é paz. Que estranho, é tão novo pra mim.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

22 dias (saudades tuas)



Queria-te comigo todos os dias. Queria dividir o cereal. Queria te ver me encarando enquanto leio meus papéis. Queria que você me roubasse os livros e lhes desse sumiço para então roubar a mim num abraço. Queria cobertor, sofá, qualquer comida e qualquer filme. Queria aconchego diário. Queria que já fossemos apenas um do outro, e que ninguém tivesse nada a ver com isso. Queria poder te ter comigo todos os dias. Queria ser acordada todos os dias pelo meu príncipe de olhos falantes. Queria beijinhos inesperados e sem motivo. Queria dengo, queria mimo. Queria ficar ansiosa pra chegar em casa, porque teria certeza que te encontraria lá talvez fazendo a janta ou então me esperando para que eu a fizesse. Tanto faz, que façamos a janta juntos.
Que durmamos juntos. Que acordemos juntos. Que vivamos juntos.

Papel e lápis


Rascunho à lápis, mas nunca apago. Esqueço da existência e utilidade da borracha. Se não gosto jogo fora e faço outro. Por que à lápis então?
- Não sei.
Talvez seja questão de (in)segurança.
À caneta, só quando tenho destino e certeza que está tudo certo.
Incrível.
Vez ou outra erro à caneta, e ao contrário do lápis com o qual apenas dou um traço permitidor de leitura sobre o erro, tenho que apagar com corretor. Acabo deixando cicatriz onde pensava ser certo, e onde acreditava não ter certeza deixo tudo às vistas, marcados (pois são erros), mas nunca escondidos.
Lápis me faz escrever o que dá na telha, caneta o que é preciso, o que me é pedido.
Lápis me tira o foco, caneta não me permite fugir das linhas.
O grafite, meu favorito, me deixa esquecer das regras e, ainda assim, ver onde errei.
A caneta vive me pedindo perfeição. A tinta pede visão. Mas meu cinzento traço só pede a minha opinião.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

21 dias



Pinga, pinga, pinga. A música de goteira é feita pela chuva na telha.
Céu no teto imaginado. Nuvens, estrelas, Lua e Sol, tudo no mesmo espaço.
A frase de sempre, repetida ao pé do ouvido.
-a de sempre e a que mais quero continuar ouvindo-
Palavras sortidas, perdidas em comentário -que admito, tinham fundo engraçado.
Cadela travessa, não há o que fazer para que não desobedeça.
Então o silêncio vem,
E embalado por suspiros faz parecer que no mundo não há mais ninguém.
Abraço calado e de lábios dados. Abraço apertado e de dedos entrelaçados.
Beijei seu nariz, sua testa, pescoço e olhos.
Beijou meu rosto, sorriu, e então beijou de novo. Beijou minh'alma.
E assim que quis não querer mais nada.
Dois em um. Completados, enfim, ambos por inteiro.
Por que não paras senhor tempo? Por que não congelas todo o mundo nesse momento?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Parte XXVI - Juliana Lima

Parte XXV em http://dricafernandes.tumblr.com/tagged/BlogAmigo
________________________________________________________________

Alguém que me faça desejar o eterno. Alguém que me arranque suspiros, e que me dê abraços que pareçam parar o tempo.
Alguém com quem eu passe a noite e me surpreenda ao ver o Sol nascer, pois pra mim a noite se passou em segundos.
Alguém que eu queira ter pra sempre. Alguém de quem eu não vou cansar. Alguém que me fará amar os detalhes mais simples como olhares, sorrisos e pintas.
Alguém que me fortaleça onde sou fraca. Alguém que faça questão de mim. Alguém que me conheça melhor do que eu mesma. Apenas alguém.
Onde estás meu alguém? Onde te posso encontrar?

______________________________________________________
continua em dricafernandes.tumblr.com/tagged/BlogAmigo

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

17 dias


Imagino te abraçando.
Imagino dormindo ao teu lado.
Imagino contigo.
Imagino em ti.

Imagino, imagino, suspiro imaginando.

Ouço; penso em ti.
Canto; penso em ti.
Como; penso em ti.
Durmo; penso em ti.
Acordo; penso em ti.

Em ti, contigo, pra ti, comigo. Juntos.
Apenas juntos.

Seu olhar

Seu jorge


Temos rotas a seguir
Podemos ir daqui pro mundo
Mas quero ficar
Porque
Quero mergulhar mais fundo

Só de me encontrar
Em seu olhar
Já muda tudo
Posso respirar você
Eu posso te enxergar
No escuro

Tem muito tempo na estrada
Muito trem
E como quem não quer nada
Você vem
Depois da onda pesada
A onda zen
É namorar na almofada
E dormir bem

Foi o seu olhar
O que me encantou
Quero um pouco mais
Desse seu amor

Eles

- Fica feliz.
- Eu to.
- Não tá não. Você ainda tá chateado. Fica feliz.
[Algumas piadas são lançadas] (...)
- Viu? Eu já to bem. Já to te perturbando e tudo.
- Não. Você ainda tá chateado.
- E como a senhorita pode saber disso? [Ele sorri]
- Seus olhos. Eles estão tristes, e isso tá me matando. Fica feliz com os olhos, ai eu acredito.

that I like; that I love



Gosto do jeito que não consegues me esconder nada. Gosto do jeito que tens coragem pra demonstrar tudo o que sente. Gosto do teu jeito que se diferencia dos outros e não poupa ou mede os "eu te amo"s. Gosto do jeito que me permites te ver chorar. Gosto dos teus olhos que nunca me escondem nada.
Olhar bobo, olhar zombador, olhar apaixonado, olhar safado. Olhar que finge interesse, olhar que me conta seus segredos, olhar que deixa tudo subentendido.
Como amo teus olhos que não sabem mentir. Como eu amo saber ler teus olhos. Como eu amo o dono desses olhos verdes.

domingo, 4 de setembro de 2011

Parte XXIV - Juliana Lima

Parte XXIII em http://dricafernandes.tumblr.com/tagged/BlogAmigo
________________________________________________________________

- Então -eu diria ao passado- peça a ele [futuro] que mande lembranças ao presente e pergunte por onde ele anda.
- O futuro te pede paciência. O presente, atenção. E eu ando precisando de espaço, de ficar no meu lugar. Sinto que tenho trabalhado de mais fazendo horas-extras, sinto que preciso tirar férias e me tornar apenas lembrança.
- Falas como se fosse fácil te deixar. Falas como se nunca o tivesse tentado.
- Não quero criar mais ciúmes. O presente anda com saudades tuas. O futuro tem medo de não te conhecer.
- Mas o presente não faz por onde, só me deixa abandonada ao nada; e por sua culpa [do presente] me ponho deixando o futuro de lado.
- Não conte a ninguém, mas este conselho é só pra ti.
Esqueça-nos, nós três. Abandone-nos por igual, assim não haverá ciúmes. Encontre alguém que te faça querer parar o tempo; assim, o presente, orgulhoso como é, ficará feliz, pensando ser o favorito. O futuro certamente se mostrará esperançoso, e talvez ansioso, mas não se colocará preocupado, pois a ti a pressa não importa, fazendo a paciência, que o futuro tanto preza, ser bem-vinda. E quanto a mim? Sim, eu serei feliz, pois finalmente não lhe trarei lágrimas. Serei feliz porque finalmente conseguiste esquecer do relógio.

______________________________________________________
continua em dricafernandes.tumblr.com/tagged/BlogAmigo

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Não achei um título

Queria tanto escrever sobre a gente.
Queria tanto aprender a expressar em palavras.
Queria tanto conseguir um título pra nossa história.
Queria tanto conseguir uma imagem pra ilustrar.
Queria tanto que fosse fácil descrever o real do mesmo jeito que descrevi o imaginado.
Não, não. Não! Eu não quero nada disso.
Melhor que não tenham pontos ou vírgulas.
Melhor que não tenha medida.
Melhor que não haja ponto final.
Melhor que não se possa escrever.
Melhor que só se possa viver.

Doce como algodão doce


We to us


Tempo ao tempo


Parte XXII - Juliana Lima

Parte XX em dricafernandes.tumblr.com
______________________________________
Do que adiante o tempo se o eu não o permite trabalhar? Do que adiantam as pessoas se o eu não as deixam notar? Sim, sim... Talvez elas devessem notar. Definitivamente elas deveriam notar.
Com sinceridade a culpa é bem específica. Até mesmo as pessoas que são sempre meio culpadas, até elas não teriam culpa se o específico culpado não existisse.
Na verdade tudo é por sua culpa. Por sua culpa precisaria que as pessoas notassem. Por sua culpa precisaria que o tempo ajudasse. Tudo culpa dele. Tudo por culpa da sua ausência.

______________________________________
continua...
dricafernandes.tumblr.com

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Eles dois

Ela caçoava dele. O maltratava nas palavras que brincam com as mais diversas situações. Ele ria, talvez por graça da piada, ou talvez pela falta de graça em si, causada pela mesma piada. Tanto faz o motivo, só sei que riu, mordeu o canto da boca e a olhou de canto de olho. Olhar que indicava perigo de vingança. Beijo vindo da dama na bochecha do cavalheiro para evitar mais uma -adorável- briga. Mas alguma coisa saiu do comum entre esses dois melhores amigos. Seus olhares se encontraram. Ela não teve primeira reação ao beijo -bonito e infantil- que fora roubado. Se houve a segunda reação? Sim houve. Se mostrou indignada e reclamou sem parar, e como não havia outra forma de fazê-la se calar, ele a beijou de novo. E mais uma vez à tarde. E à noite novamente. E de novo. De novo. De novo. Que nunca acabe, ela desejou. Que se repita de novo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ele

- Nossa isso é melhor que frango.
- Hã?!
- Seu beijo. É melhor que frango frito! Sinta-se honrada mocinha. Eu não sabia que existia coisa melhor que frango.

Ela & Ele

Sentados, na chuva. Escondidos debaixo de um guarda-chuva sob uma árvore. Abraçados. A baratinha que andava despercebida do mundo à sua volta dava o charme à cena, desfilando, toda posuda, sob a única forte luz vinda de um poste.
Poste. Ele fazia com que as gotinhas de chuva, que de garoa estavam virando chuva pesada, parecessem chuva de prata.
A música era feita pelos carros passando no asfalto molhado que davam seus flashes de luz pelo caminho.
Ela o disse que aquela cena daria uma foto linda, mas também não teve culpa se os melhores momentos não são muito bem registrados.
Silêncio, e entre ele piadas espontâneas, que pra esses dois é o mais próximo de romance que conseguem. Na verdade isso tudo é romance. Na verdade é mais que isso. Eu chamaria de amor.
Mãos dadas. Boca na boca.
Foi bem assim que ambos se descobriram viciados.
Um no beijo do outro. Um no abraço no outro. Um nas piadas do outro. Um no sorriso do outro. Um nos olhos do outro. Um na voz do outro. Pra resumir a história, um no outro.

sábado, 20 de agosto de 2011

Quem disse que eu quero ser feliz?


- Você realmente acha que você vai conseguir ser feliz com uma pessoa assim?
- E o que que tem ele? Qual é o problema?
- Uma família problemática só pra começar.
- E dai? Quem disse que eu quero estar com ele pra ser feliz?
Eu quero fazê-lo feliz. Eu quero fazer de tudo pra melhorar tudo o que eu puder na vida dele. Quero fazer com que cada dia dele valha a pena. Quero ser o motivo do sorriso dele por cada manhã. Quero saber que ele me olha dormindo e acorda beijando minhas mãos porque ele é feliz. Pra mim não haveria maior felicidade.

Ele & Ela

Ele: - Eu já posso ver a gente velhinhos.
Ela só olha pro nada imaginado como seria.
Ele: - Eu chutaria sua bengala e sairia 'correndo' (ele anda imitando como iria 'correr' velho) enquanto você iria me xingando tentando me alcançar.
Ele a abraça, dá um cafuné típico dos seus momentos implicantes e a beija na testa. Talvez imaginando envelhecer junto com ela, talvez sonhando passar a vida inteira ao seu lado, talvez só querendo que fossem pra sempre os dois que são agora: dois chatos implicantes que se amam mais que tudo.

Parte XX - Juliana Lima

Parte XIX em http://dricafernandes.tumblr.com/post/9019395652
______________________________________________________________
...seria a incrível noticia de que é. No presente, agora. Viver do passado não dá. Chorar dores passadas, rir de alegrias passadas que doem por serem... passado. A verdade é que o passado só vai embora quando o presente começa a ganhar vida e, de fato, se começa a viver.
O perdido só pára de doer quando se encontra um substituto. Mas o medo de repetir a história perfeita com final trágico é tão grande, que o sofrimento começa antes de começar.

Talvez, um dia, eu entenda que se o final não foi feliz, não foi uma história perfeita. Talvez, um dia, eu olhe pro lado e perceba que o que estava na minha cara por tanto tempo, quem estava do meu lado, sendo amigo pra toda hora, ouvindo minhas histórias, xingando quem me fazia sofrer, ameaçando-os de morte (ou só algumas surras) e fazendo tantos outros dramas que me faziam gargalhar enquanto enxugava as lágrimas reprimidas, esse mesmo alguém era quem queria fazer minha história perfeita.
E então eu iria descobrir que histórias felizes não tem fim, elas simplesmente continuam pra sempre.
____________________________________________________
continua em dricafernandes.tumblr.com

Tapas




em dricafernandes.tumblr.com

domingo, 14 de agosto de 2011

Planos sonhados, sonhos planejados

A gente vai terminar o colegial juntos, e como quem não quer nada começamos a juntar dinheiro. Mais uma vez como quem não quer nada, você me pede em casamento. Eu vou fingir que não esperava por isso desde que percebi que você é o homem da minha vida. Vou fazer cara de surpresa. E pro resto do mundo a gente começou a namorar. Em segredo a gente compra um apartamente e quando estiver tudo certo anunciamos nosso casamento pro mundo. Meus pais vão pirar. Todo mundo vai dizer que somos duas crianças brincando de gente grande. Mas sinceramente eu não vou ligar. Humildemente vou convidar cada um deles pro nosso momento, e no meu discurso matrimonial vou contar de todo o plano que bolamos, de tudo que sonhamos e como realizamos. Vão chorar, engolir a seco as palavras e talvez até desejem terem tido uma história como a nossa.
Então num dia qualquer eu vou acordar, meio perdida, sem saber onde eu estou. Olhar o espaço e reconhecer a silhueta ao meu lado. Vou te ver dormindo, lembrar de tudo, e perceber que o sonho se realizou.
É... Não tem nada mais inesperado do que quando todos os planos dão certo.

Ele

Ele - Nunca te vi de coque.
Ela - Hã?!
Ele - É... coque bagunçado, com cara de dona de casa.
Ela - Nunca me viu assim?
Ele - Não. Quero te ver assim. Acho lindo o bagunçado, cara de quem acabou de acordar.
Ela - Vai parecer que você vive comigo [sorri], e já não me vê arrumada.
Ele sorri com cara de que é exatamente isso que deseja.

____________________________



em dricafernandes.tumblr.com

Ela

Ela - Você só tem que deixar crescer aqui pra fechar seu cavanhaque.
Ele a olha estranho.
Ela - Que foi? - diz sorrindo
Ele - Todo mundo fala pra eu tirar isso da minha cara.
Ela acarecia seu queixo cabeludo.
Ela - Não tenho nada contra, na verdade eu gosto.
Ele - Então... -sorri e segue a frase de forma espontanea- Quando a gente vai casar mesmo?

domingo, 7 de agosto de 2011

Parte XVIII - Juliana Lima

Parte XVII em dricafernandes.tumblr.com/post/8457061930
____________________________________________________

É um contraste tão grande. O que eu quero, o que eu penso estar acontecendo e o que de fato acontece, e o mais triste de tudo isso, é a ilusão.
É que no fundo, no fundo, a gente acredita. E por acreditar, a gente se decepciona. Se decepciona quando descobre que não faz falta, se decepciona quando vê que não significou nada.
Como pode? Como alguma coisa pode ter sido tão... bonita pra um e pra outro simplesmente não ter feito nenhuma diferença?
Sabe aquela sensação de ter sido esquecido? A sensação de que só você está sentido saudades enquanto o resto do mundo segue suas vidas como se nada tivesse acontecido? Então, essa é a parte chata de você ser você, e o outro ser o outro, e ninguém poder entrar na cabeça do outro pra plantar a sementinha do acorda otário e vê tudo o que você está simplesmente deixando de lado.

____________________________
continua...
dricafernandes.tumblr.com

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Vingança.

Antes a única coisa que eu queria era sumir.
Pensar em como me doía te ver, pensar nas desculpas que teria criar para os "por que você tá assim?" me cansava.
Não queria tocar no assunto, só queria desaparecer.
Mas agora estou muito afim de aparecer.
Aparecer e fingir que não me fez mal.
Me fazer de 'superior' e fingir que não faz falta.
Aparecer e rir bem alto, só pra te enganar.
Aparecer e te lembrar de todas as promessas/ameaças que me fez e não cumpriu.
Vou aparecer tão feliz, tão bem, tão mentirosa que vou te dar vontade de sumir.






"A melhor vingança é o esquecimento."

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Experimentos

"Uma vez que tenha experimentado voar, você andará pela terra com seus olhos voltados para o céu, pois lá esteve e para lá você desejará voltar." (Leonardo Da Vinci)

Experiências. Todas elas, por menores que sejam, por mais relevantes que as considere, irão mudar quem você é.
Talvez a palavra certa não seja 'mudar', melhor seria 'formar'.

Você é como é por causa de tudo que passou desde seu primeiro segundo neste mundo.
Cada uma das suas escolhas, cada reação pra cada momento. Experiências.
Quem as têm é dito sábio, quem não têm passa por tolo.
Tudo issso pelo o que viveu, ou, ainda, pelo o que não se viveu.

Experiências.

Quando boas nos deixam a necessidade de repetir a dose, e quando a dose aumenta, não se quer mais o que antes era suficiente.
Tudo por causa da bendita experiência.

Experiências.

As ruins, de tão repetidas se tornam normais, e, pouco a pouco, já não são tão ruins.

Experiências.

Que ainda não tive, mas sonho como se já as tivesse vivido e me viciado em quere-las de novo.

Experiências.
Minhas, suas, nossas, de todos.
Apenas experiências.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Merece ser lido



Durante um debate em um universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, ex-ministro da educação e atual senador Cristóvam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
Um jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar consigo um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade, assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Defendo a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de comer e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.

Excessos na aceitação do fim.

Por que não disse não?
Por que não lutou, brigou feio?
Por que não tentou mudar minha visão?
Por que concordou comigo?
Por que?

Disse cada uma das palavras que estavam entaladas em lágrimas não choradas
Tudo aquilo que eu queria que fosse negado
Só queria que não fosse verdade
Mas não discordou de mim

Aceitou meu pedido de não-explicação
Calou-se.
Aceitou o fim.

Pergunto-me se acaso fizeram alguma diferença minhas palavras
Que agonia não saber se faço falta
Que angustia não saber qual importância tive
Que dó... Que dó

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eu sei




Eu quero te contar um segredo.
Eu sei.

Surpreso? Por que será que esta afirmação mexe tanto contigo? O que será que você esconde que lhe aterroriza tanto o fato de que eu possa saber?

Eu sei.

Deves estar a pensar do que eu sei. Uma hipótese surge após a outra, 'é impossível que saiba disso', 'não teria como descobrir aquilo'.

Eu sei.

Desespero lhe prego? Por que tanto terror por minha descoberta? É sujo seu segredo? Vergonhoso para ti?

Eu sei.

Descobri tudo. Sei de cada detalhe. Sei daquilo que nunca contou a ninguém. Também teria vergonha de mim se não fosse contigo.

Eu sei. Eu sei. Eu sei.

E tu já não podes fazer nada. Morrerás ao desespero de saber o que sei de ti.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Parte XVI - Juliana Lima

Não concordo. Não, ou talvez sim. Eu explico: SIM, foi examente isso que você leu. E NÃO, eu não concordo.
Existe um fim desde o começo? Tanto faz.
O que me importa mesmo é tudo que eu fiz pra chegar ao fim, e se o final foi bom.
Não posso descobrir agora, tenho que viver pra isso.
Se pudesse ler o roteiro da minha vida, queria encontrar do que me orgulhar.
Não que tudo tivesse sido flores, é claro que não.
Tem tombos horrorosos, cenas dramáticas, coisas impossiveis de se entender.
Eu gostaria de ler cada página como que cada ano, e ver minha gradual mudança.
Entenderia o que é crescer estudando à mim, e estaria orgulhosa e feliz vendo a diferença que eu fiz na vida de cada um.
Seria como aqueles filmes, que no final, se diz o que aconteceu com os personagens coadjuvantes. Tudo bem real.

Sabe o que isso? Saber que você fez a diferença? Que incrivel!

Meu roteiro não é só meu, é de todo mundo que me cerca.

Poderia ver se fui boa mãe, e como se sairam meus filhos sem mim (nós só percebemos isso quando descobrimos que foram pessoas muito melhores do que a gente). Me veria avó. Descobria quais foram os amigos que levei pra vida toda (não desmerecendo os passageiros, acredito que tudo vale a pena enquanto dura, e não iria me arrepender de ter tido cada um deles em minha vida. Talvez tenham me mudado um pouco também).

O final só é realmente feliz, quando você consegue entender que é o fim, e fica feliz por isso, pois aquela de sensação de cumpri meu papel finalmente paira no ar.

_______________________________
Parte XV em dricafernandes.tumblr.com

terça-feira, 31 de maio de 2011

Remanescentes (re-edição) II




Para todo artista que trabalha com o palco o primeiro contato é pura euforia. O nervosismo vem à tona até quando não há público, é o puro êxtase se estar no palco. Imaginar os olhos, os gritos, os aplausos até que eles se tornem bem reais, e finalmente todos os seus medos não existem mais. O palco vira o seu lugar favorito; aquela sensação única e viciantes parece nunca acabar e mesmo quando já se está nos bastidores, quando se volta pra casa, antes de dormir... a mesma sensação lateja na cabeça. É como se aquilo nunca tivesse um fim, a vontade é de repetir a dose. Mas então es que as cortinas se fecham, e a promessa de que outrora voltaram a se abrirem já não existe. A sombra de perder algo é desesperador. Saber que aquilo nunca mais irá se repetir traz à tona todos os medos que o palco havia deixado pra traz. Então veja-se. Observe-se sem público ou palco. Será capaz de viver sem os aplausos? Será capaz de interpretar o maior monólogo de sua vida? Pois bem, seja bem-vindo à realidade. Seu palco não existe mais e, agora, é preciso encontrar o chão.





Nunca gostei de hospitais. Aquele cheiro que fica no ar, não sei bem se é de remédio ou se é algum desinfetante, sempre me deu náuseas. Eu já estava ali há algumas horas, a mãe de Helena me disse algumas coisas, mas sinceramente tudo que me falava soava grego. Quando alguém citava o nome de minha Helena chegava a acordar do meu estado vegetativo, mas logo descobria que ainda não poderia vê-la. Médicos entravam, médicos saiam... Todos com o mesmo ar de 'não conseguimos'. Apesar de estar físicamente ali, minha mente estava longe. Não pensava em absolutamente nada. Meu olhar era fixo, congelado, vazio.

Ao fundo ouvia a mãe de Helena repetir a mesma trágica história milhares e milhares de vezes, e até mesmo quando ela já não estava falando, a história se repetia em minha cabeça.

Eu podia sentir cada detalhe da respiração da minha deusa, seu susto ao ver o outro carro. Podia sentir o calor dos faróis, sentia o impacto da batida. Podia ouvir as sirenes, ouvir os médicos. Olhos entre abertos me faziam ver meio rosto de um médico, meia sala de cirurgia, meia esperança de ainda ter vida.

- Richard

Virei-me, era meu irmão. Ele me conhecia o suficiente pra saber que nada do que ele falasse seria ouvido ou surtiria efeito. Conhecia-me o suficiente pra saber exatamente o que eu precisava.
- Levanta. - Ignorei-o.

- Richard, levanta.
- Pra quê? - Minha voz soou fraca.

- Levanta logo.
Levantei-me como quem carrega um monte nas costas, minhas forças já tinham ido embora há tempos.

- Venha aqui. - Obedeci como que um robô.

Ele me abraçou. Abraço forte, de quem carrega o outro.

Desabei, não tinha outro jeito. Estava atônico à tudo que me envolvia até aquele momento. Só meu irmão sabia o quanto eu precisava desabar.

Ele me obrigou a comer, coisa que eu não fazia por quase 12 horas. De tempos em tempos alguém trazia novas noticias. Meu irmão filtrava as informações e só me passava as boas noticias tentando me animar.

- Lamento, mas não podemos fazer mais nada. Agora é só uma questão tempo.

Apesar de minha cabeça viajar, ouvi cada uma dessas palavras vindas de um médico. O fitei em quanto ele as pronunciava. Parecia experiente, bem capaz de salvar minha vida. Mas ele não o pôde fazer.

- Rick, você já pode vê-la.

Alguém me disse, apalpando-me os ombros.

Só então que, de fato, acordei. Meu irmão me parou, deu um jeito na minha cara abatida e disse pra eu parecer feliz. Aquilo me era impossível, mas no fundo fazia sentido.

Respirei fundo e abri a porta.


_________________________



Aparelhos sem fim, máquinas, barulhinhos infinitos. Em baixo de tudo aquilo estava minha ninfa. Minha vontade era de arrancar-lhe tudo aquilo , pegá-la no colo e correr as gritos e lágrimas desesperadas até alguém que a pudesse salvar, e sinceramente me vi fazendo isso. Mas lá estava eu, parado, ainda à porta, congelado, olhando para ela. Andei passo contado por vez. Devagar, respirando fundo pra não chorar. Me sentia tão garoto, tão chorão. Não lembrava da última vez que havia chorado, mas desde que tive a notícia o fazia sem perceber a todo tempo.

Incrivelmente estava acordada, mas sem forças pra falar. E não o tentou. Acariciei seu rosto machucado e pude sentir a paz que estar ao seu lado me transmitia, e depois de algum tempo dei por mim que estava prestes a perdê-la. Até aquele momento ainda não tinha caído a ficha, eu estava preocupado com ela, mas só ali, só naquela hora entendi que não tinha mais jeito. E devo ter deixado isso bem claro em minha expressão porque senti uma lágrima rolar dos belos olhos da minha vida. Não aguentei mais e voltei a chorar.

Ali ficamos, um do lado do outro, sem dizer nada. O silêncio mais gritante de nossas vidas. Abracei-a na medida do possível, com muito cuidado pra não machucá-la e fiquei ali, decorando seus últimos suspiros, a cor do seu cabelo contra o Sol, os desenhos de sua íris, o formato de sua boca, seu cheiro. Acordei de mim, olhei pra ela. Estava dormindo, lindo anjo.

Meu olhar havia se congelado no meu anjo adormecido, e só acordei quando me arrancaram dela, e só então que notei os médicos correndo no quarto. Demorei pra entender o que estava acontecendo. Não entendi muito bem até hoje. Pra mim, a minha ninfa ainda dorme, linda como sempre, tão linda. Como poderia viver enquanto ela dormia?


Não me ensinaram isso, não me ensinaram a esquecer o que se ama, ninguém me explicou como doía, ninguém nunca me disse que eu nunca iria entender que ela não existe mais, ninguém me avisou, ninguém!

Injustos! Me deram para tomá-la de mim assim?! Como pode? Por que comigo?

Lembrente: Respire. Nunca pensei que teria que me lembrar de fazer isso.

Jamais imaginei que haveria vida sem ela.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Remanescente (re-edição) I

E ela estava lá, toda linda, olhando pro nada (ou talvez pro tudo, não sei bem).
- Helena...

- Oi

Ela se virou rapidamente com um sorriso largo

- Esse sorriso todo depois da maior caminhada da minha vida?
- Apenas alguns quilometros. Vai dizer que deu pra cansar?
Eu não precisei responder.

- Você é feliz?
- E que pergunta é essa?
- Quero saber se você é feliz. Agora, nesse momento, você é feliz?
- A pergunta não seria 'você está feliz'?
- Não, quero saber se você é feliz comigo.

Ela sorriu mais uma vez, me beijou e sussurrou:
- Pensava que a resposta já era óbvia.

Típica resposta feminina que não diz nada, ou diz tudo. Na verdade eu acho que isso tudo era pra ser muito óbvio, mas a gente nunca entende pra valer o que isso significa, mas também tem que manter a pose e fingir que tudo fez o maior sentido do mundo. Aposto que essas respostas são feitas com a intenção de nos confundir.





O Sol brilhava entre seus fios dourados e seus olhos do mais doce e suave castanhos tinham frestas verdes perfeitamente desenhadas. Linda. Minha linda pra ser mais exato.

Foi a maior caminhada da minha vida, e por mais que eu não quisesse admitir estava exausto. Foram voltas e voltas, subidas e mais subidas pra depois... descer! Tudo por uma linda vista, mas acabou que curtimos mais a vista da praia do que a vista lá de cima.


Éramos um típico casal perfeito, começamos a namorar no colegial e nunca mais nos largamos.

Helena era minha melhor amiga, companheira pra tudo. Os piores programas imagináveis ficavam perfeitos quando estávamos juntos. Nos bastavam um ao outro, sob um céu estrelado, frente ao campo, olhando as ondas... O lugar não fazia tanta diferença assim.

Sabe quando você gosta tanto de alguém que dá saudade na hora de dormir? Sabe quando você está tomando café-da-manhã e sente saudade de alguém? Sabe o que é querer estar com uma pessoa todo o tempo, sempre e sempre? Sabe o que é nunca mais querer largar de um abraço, doer pra dizer adeus? É meu amigo, eu estava apaixonado. Pra ser mais verdadeiro, eu estava apaixonado há 6 anos, e agora estava tudo certo. Eu tinha um emprego, tinha um apartamento, um carro e um cachorro gordo. Não tinha o porquê adiar, tínhamos tudo.


Estava tudo certo. Encomendei as rosas, comprei o jantar, pedi pra minha cunhada arrumar meu apartamento do jeito mais romantico possível e ela realmente caprichou. Velas, rosas... estava perfeito. Aniversário de 6 anos de namoro não é pra qualquer um.

A campanhia soou.
- Boa noite minha Helena.

Disse lhe beijando a mão.
- Boa noite caro Richard.

Respondeu em uma leve reverência, entre risos.
- Bem, (disse enquanto entrelaçava meu braço ao dela e a encaminhava para dentro) está noite será bem especial.

Ela não respondeu, apenas observou toda a arrumação, abriu aquele sorriso lindo e me beijou.

Sentei-a à mesa, servi o jantar dizendo que eu tinha preparado tudo com minhas próprimas mãos. Ela fingiu (muito mal por sinal) que acreditou.

A noite estava perfeita.

Quando percebi que a comida em seu prato estava acabando coloquei uma música romantica para tocar e ela mais uma vez apenas sorriu pra mim (mulher risonha, seus risos me confundem). Eu a tirei pra dançar e depois de alguns poucos passos me ajoelhei e tirei a tão sonhada caixinha do bolso.

Antes que eu começasse a falar qualquer coisa seu sorriso estampado já havia começado a inundar os olhos. Declarei-me, palavra à palavra, sentimentos à sentimentos e a resposta à meu pedido foi sim (e alguns beijos).

Nossa noite continuou, perfeita como deveria ser.

Infelizmente ela trabalharia no dia seguinte, e tarde da noite se dirigiu à seu carro e eu tive que deixar minha futura rainha ir embora.

Fui dormir e tudo aquilo me pareceu um sonho, nada muito real, tudo muito perfeito.


Agora eu sei exatamente o que fazer, bom recomeçar poder contar com você, pois eu me lembro de tudo irmão estava lá também, o homem quando está em paz não quer guerra com ninguém eu


- Alô...

Disse eu não muito acordado, cinco horas da manhã não é hora de se ligar pra ninguém. Juro que só atendi porque o toque era exclusivo dos números relacionados à Helena.

- Rick

A voz era desesperada, mas não era de Helena.

- Sim, sou eu. Quem fala?
- É a mãe da Helena.
- O que aconteceu?
Ouvia soluços presos na voz da minha futura sogra e um desespero impossivel de se disfarçar.

- Helena... ela...

- O que aconteceu?
Repeti com a voz mais alta.
- Parece que ela bateu com o carro, não sei bem o que vai acontecer. Levaram ela pra sala de cirurgias, ninguém me diz nada. Não sei, eu não sei.

- Estou indo pra ai!

Pulei, não pensei. Perguntou pelo hospital, não pensei mais em nada. Enfiei-me em qualquer roupa, não tive paciencia pra esperar pelo elevador. Desci correndo as escadas.
Quando finalmente sentei, antes de ligar o carro, eu parei. Vieram tantas coisas a minha cabeça que eu não conseguia pensar em nada. Era uma angustia tão grande a que me bateu, coisa tão ruim...

Liguei o carro, com janela aberta e a corrida trazia o vento ao meu rosto. Demorei um tempo até perceber as lágrimas rebatidas ao vento.

Eu corri, eu chorei e então... eu cheguei.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Salão encantado


Nem sempre foi assim. Tão sombrio, tão misterioso.
Houve dias em que a luz do Sol entrava pelas janelas altas e me mostrava qual livro
eu deveria abrir naquela manhã, e me deleitava nele até que o Sol se escondesse de novo.
As fotos nas paredes me contavam a história do lugar.
O descobri por mim mesma, atrás das gradiosas portas que o escondiam.
Encontrei alguns recortes de jornais sobre o homem que aparecia em um foto ou outra das paredes. Tratava-se de um estudioso que simplesmente sumiu. Nada além disso.
Eu imaginava que o tal estudioso fosse de familia rica, ou então se fez enriquicer através de todo seu conhecimento. Não tenho como saber ao certo, apenas fantasiar.
Sua incrivel e deslubrante biblioteca se escondia aos fundos de um jardim abandonado. Jardim esse que se estendia por longos caminhos até a mansão de um familia a qual nunca vi.
Em minhas fantasias imagino que ele morasse naquela casa, mas que por alguma razão não gostava de lá. Preferia se refugiar em sua biblioteca banhado aos seus livros e abençoado por todas a vida que o cercava. Imagino que esse jardim abandonado já foi um lugar mágico, com beleza sem igual. Incomparavel.
Posso ver o jovem senhor lendo estudiosamente um dos livros e desvendando os mistérios que poderiam nele habitar entre linhas (acontece que os autores sempre dizem muito mais entre linhas do que de fato o que escrevem).
Poderiam haver codigos, letras distintas que formassem indicações, números soltos. Coisas que pra ele fariam sentido, coisas que teriam alguma importancia.
Não sei porquê, mas por algum motivo criei uma certa afeição por esse senhor o qual jamais conheci.
Em cada um dos livros que li, o imagina como um dos personagens. Geralmente personagens coadjuvantes que acabavam com um papel essencial nas histórias. Cientistas loucos ou mal compreendidos, magos, homens das leis, sábios que foram expulsos dos castelos, cavaleiros... ele foi todo tipo de pessoa.
Imaginava a biblioteca e o jardim como o palco das incriveis histórias que lia. Fugi de bruxas, matei gigantes, corri sobre as águas, lutei em guerras inimaginaveis, abracei leões amigos, fui amiga de seres inexistentes, salvei o dia, desvendei mistérios. As letras tomavam vida quando lidas da maneira que foram escritas para se ler.
Algumas vezes chegava a me confundir e me perder sobre o que de fato era real, mas para minha triste e saúde da razão, todos os livros tem um fim. As letras uma hora acabam e mesmo que deixem sua mente vagar sobre o futuro da história, ninguém te conta mais nada. Então não sou mais guerreira, princesa, fugitiva ou qualquer outra papel o qual eu possa ter assumido. Meu amigo de todas as horas, o jovem senhor, também não está mais lá. E tudo finalmente some.
Livro após livro, a intensidade era sempre a mesma.
Foi então que eu cresci. Triste fim.
Minhas idas aquele lugar foram diminuindo, minhas prioridades começaram a mudar... Até que dei por mim que tinha abandonado meu refugio secreto.
Não conseguia mais ver meu amigo sábio, me ensinaram a ler de outro jeito. Esqueci como fazer para tornar tudo real. Perdi o encanto, e agora, a vida toma conta desse lugar por si só. A natureza invadiu o salão, as árvores querem morar aqui dentro como se elas quisessem voltar a ouvir as histórias que eu já não lhes contava mais.
Como deixei isso acontecer? Como?
As fotos estão no mesmo lugar, os livros também. Tudo como eu deixei com uma camada de poeira a mais.
Ainda gosto de pensar que um dia o jovem senhor irá aparecer com uma barba gigantesca me lembrando de todas as aventuras pelas quais passamos e que agora ele é um sábio em algum reino distante que eu ainda não foi infectado pela 'realidade'.
Crescer me fez desaprender a tornar as coisas reais, me colocaram na cabeça que isso tudo é coisa da tal da imaginação. E o pior: Eu acreditei.
Vai ver quem me ensinou isso um dia também já lutou no quintal, e viu tudo muito real, mas foi ensinado a viver na 'realidade'.
Triste fim, triste.
Quem sabé acharei o livro que me explique tudo isso, que mostre o que de fato é real. Quem sabe aprenderei a desvendar os codigos e misterios entre linhas...
Quem sabe... Quem sabe esse lugar não viva de novo... Quem sabe?

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Hoje encontrei nossas fotos



Encontrei as fotos de nossas tardes.
Revi cada uma e morri de saudades.
Vi os amigos que não são mais amigos.
Vi os colegas que hoje são amigos.
Senti falta das nossas conversas e nossa convivência.
Encontrei as fotos de nossos beijos.
Vi nossos abraços.
Deu saudade da nossa convivência.
Bateu saudade.
Hoje encontrei nossas fotos e lembrei de tudo
Tudo que já tive, e hoje tenho saudade.
Lembrei de toda música, lembrei do violão.
Lembrei das lágrimas que sequei, e dos conselhos que dei.
Lembrei do frio que passavamos sentados naqueles banquinhos.
Lembrei de tudo que cantei.
Lembrei, lembrei, lembrei.
Que saudade que me deu quando encontrei nossas fotos.

domingo, 24 de abril de 2011



Se eu fosse você tomaria mais cuidado com essas pessoas perfeitas.
Barbies podem acabar te surpreendendo ;)

Parte XIV - Juliana Lima

Simplesmente assistir a vida passar não vale a pena.
Não quero e não vou ser mero público da vida.
Sou atriz principal dessa peça. Sou a autora e diretora.
Escrevo minha peça a caneta, pra não poder apagar.
Vai ser bem assim: caso eu erre vou rabiscar,
mas não vou fingir que nada aconteceu.
Afinal, os rabiscos ainda estarão ali pra me lembrar de todas as vezes que eu mudei de ideia.
Se eu tiver sorte, poderei escolher os atores coadjuvantes.
Tanto faz, desde que esta peça não seja um monólogo.

_________________

Parte XIII em dricafernandes.tumblr.com

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Minha crew

Ser b-boy/b-girl é boné, é roupa larga.
É cair de cara no chão, é se machucar pelo menos 2 vezes por semana.
É ensaio, é beat, é ficar todo quebrado pelo menos uma vez a cada 15 dias.
É ser coragem, é aceitar duelo... e ganhar, rs.
Meus amigos, minha familia do ritmo.
Ser b-boy é querer voar ou virar homem elástico. O mais incrivel é que a gente consegue.
É saber observar, apontar erros e acertos.
É ver a cara feia ou de medo das pessoas quando nos veem andando pela rua em grupo (sim, elas pensam no MINIMO que vamos assalta-las --').
É fugir pra dançar, é nunca perder o ritmo.
É tirar beat de eletronica e deixar o chão molhado de suor.

Ser quem somos, é nunca desistir e sempre repetir, cair de cara no chão milhares de vezes até que finalmente percamos o medo, e então nossos passos sejam perfeitos.
Minha familia de grilinhos.
Eu amo vocês.


ps. Quando eu 'crescer' vou mandar mais que vocês! u.ú

domingo, 3 de abril de 2011

Em tua íris eu te vejo


Deitar-me frente a frente contigo. Olho no olho, cara a cara. Ouvir sua confortável respiração, deleitante. Sentir as batidas do teu coração, com todo seu ritmo, incrivel música. Nadar nas ondas de tua íris, e viajar em seus desenhos. Assim, silêncio falado que não precisa se explicar. Perfeito e impagável. Eterno em seus milésimos, eterno. Fecho os olhos e te imagino bem assim, ao silêncio cantando. Silêncio, silêncio. Me observas, me olhas, me vês e sorri. Não está sorrindo para mim, é pura felicidade. Me abraças com força e desejas que eu nunca vá embora. Não é preciso que sussurres nada em meus ouvidos, o silencio me disse tudo. Olho no olho, cara a cara. Me perdi em meio as ondas de tua íris, lindas são, traçadas e profundas. Silêncio, silêncio. Nunca houve outro que me falasse tanto assim.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Parte XII - Juliana Lima

Parte XI em dricafernandes.tumblr.com
__________________________________
Se a boca fala do que o coração está cheio, as mãos encontram tudo aquilo que estava perdido e que é traduzido em palavras por meios delas próprias. Dou-me o poder de ver pelos olhos de qualquer um, e escrever seus pontos de vista à minha maneira. Descobrir-me em todas as vezes que escrevo sem pensar e paro pra ler... Sim, tudo aquilo saiu da minha mente. Dentre o que está mais escondido, dentre aquilo que não é meu... tudo transborda em palavras. Não escrevo pra ninguém, escrevo pra mim. Até mesmo os textos que falam sobre pessoas ou coisas especificas, tudo é pra mim. Para eu me entender, para eu me expressar dentro de mim e para mim. Se minhas cartas são direcionadas a ti, creia, sem sombra de duvidas, que fazem muito mais efeito em sua autora do que em você que as recebe. Colocar-me cara-a-cara comigo mesma, e me enxergar em letras sortidas de significados em meros papéis, paredes, mesas e espaços. Tudo isso é tão incrivel, tudo isso é feito por mim.
______________
continua ... dricafernandes.tumblr.com

Retrato

Cecília Meireles

Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio magro.


Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.


Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

A minha face?

terça-feira, 29 de março de 2011

Quero lhe falar sobre P.A.P.'s

Em uma noite nostalgica de carvanal sentei com a P.A.P. que se manteve A. Lembramos, lembramos, lembramos. Rimos horrores! Pensamos, pensamos, pensamos. Meu irmão, a gente cresceu... As vezes dá um certo 'medinho' de que os melhores momentos já passaram. Bobeira da minha cabeça, ainda vem muita coisa boa pela frente pra sentar, lembrar, rir, pensar e mais uma vez perceber que se cresceu mais. Hoje cheguei a incrivel conclusão que tem um motivo muito forte para se ter dois 'P' e apenas um 'A'. Você pode até não ter sido a primeira de verdade, mas foi a primeira verdadeira. Entendeu? haa' Tenho certeza que sim. Primeiras eu tive muitas: a primeira desde o útero, a primeira pra quem contei alguma coisa que me envergonhava, a primeira que contei alguma coisa que não era pra contar, a primeira com quem fugi de casa pra ir pra uma matinê (kkk), também teve a primeira que ouvi coisas que não deveria ter ouvido... tiveram tantas primeiras... Mas pra ser os dois 'P' não basta ser a primeira que primeiro eu não gostei, não deixei fazer pulseirinhas ou chamei de chata. Tem que ser a primeira que apesar de todas as crises se manteve 'A'. Tem muita gente que comeria feijão, abacaxi e abóbora para ser uma P.A.P., mas não é assim que se torna uma. Pra falar a verdade até quem deu nome a isso não é uma (hihi). Cara, você não tem dois 'P', mas você nunca perdeu teu 'A'; isso te torna de alguma forma com um 'P' a mais (primeira a não perder o 'A', rs).


vocabulário

P.A.P. - sigla idiota e retardada, que muita gente NUNCA entendeu de verdade e nunca irá entender. Primeira Amiga Primeira


#foto feia de 1500 e ainda não tinham me roubado esse casaquinho

quinta-feira, 17 de março de 2011

É incrivel poder notar sua própria linha do tempo em linhas.
Percebi minhas mudanças, na fala, ideologia, conhecimento... tudo isso apenas lendo meus rabiscos.
Dá até vontade de rir dos erros cavernosos cometidos em outrora, mas também posso perceber o quanto mudei. Isso é sensacional. Notar que cresceu, que mudou.
Eu até pensei em apagar alguns que já não valem para minha atual consciência, mas decidi os deixar bem onde estão, para que toda vez que eu parar para os ler possa ver mais uma vez meu processo de aprendizado sendo concluido; mas, não me contive, e mesmo que não faça isso hoje, ainda vou o fazer.
Quero reescrever alguns textos; manter suas ideias, mas mudar alguns parametros e linguagem.
Começarei com alguns textos do Richard (lembram dele?). Para quem não o conhece sua historia está escrita nos primeiros posts no blog, no ano de 2009.
Vou editar, talvez alterar alguns nomes e contextos; mas a essencia continuará a mesma.
Enfim, espero que gostem das minhas edições.
Boa noite :)

domingo, 13 de março de 2011

O soldado e sua guerra

As guerras que travei dentro de mim ninguém pode medir, afinal ninguém sabe o quanto posso suportar.
Vi certas coisas que me cortaram o coração. Nada te doi mais do que ver quem você ama querendo se machucar, e o pior de tudo é que temos que parecer fortes.
Todos que disseram "isso não é nada, se você tivesse passado pelo que eu passei..." me pareciam estar tentando se vangloriar de sua dor. Pessoas tolas, acham que existe dor maior que outra. Isso é uma grande mentira!
O que me doi pode te ser indiferente, e o que me é indiferente pode te consumir a alma.
Minhas maiores dores não foram minhas, de minhas maiores dores ninguém conhece a existencia.
Vejo se repetir em outras pessoas o que aconteceu comigo, e também vejo todo mundo enxergar. Por que ninguém percebeu quando era comigo?
Talvez eu não precisasse que percebessem, talvez se alguém tivesse me ajudado não teria toda a força e dependencia que tenho hoje. Afinal, aprendi a ligar comigo, com minhas dores e frustações. Me tornei auto-suficiente no que se resume a mim e entendi que nem todos conseguem fazer o que eu fiz, muitos não sabem superar sozinhos.
O que foi meu, eu aprendi a lidar, mas com a dor alheia, ainda não.
É como uma guerra dentro de mim todas as duvidas que me sobrepoem.
Mas mar calmo nunca fez bons marinheiros, não é? Como saber se o soldado é bom se ele nunca foi a uma guerra?
Agraço por cada batalha, mas só as minhas. Elas me fizeram crescer.
Mas peço pelas batalhas que vejo nos outros, eles mal enxergam que são batalhas.
O mais triste das guerras são os soldados que perdemos pelo caminho, não que eles morram, mas eles deixam de ser eles... Se tornam outras pessoas, irreconheciveis.
Perdem-se em si mesmos, e já não sabem quem são.
Não sabem os porquês, e não pretendem descobri-los.
Contentam-se como estão, e por se contentar com o que é tão ruim só pioram, até que não lutam mais. São meros escravos de guerra. Levam tapas e mais tapas, e não reclamam.
Quando isso vai parar?
_______________________________
#imagem por: equipe Sexta Jovem - Rio

É quando as letras me abraçam

Dormi enrolado em minhas letras que dançam por meus pensamentos. Sonhei com cada uma delas, e então tomaram forma, e se transformaram em palavras soltas.
Pra outrem não seria nada, não teria sentido, mas para mim não há maior razão.
Enrolar-me nelas, e me deleitar de seus significados.
Entender sobre o que elas entendem, e o que desejam me dizer.
Ao fim, são todas minhas, mas seguem suas próprias vontades e dizem o que querem.
Apaixonei-me por cada uma delas, e por tudo que querem me dizer.
Me entrigam suas almas e verdades, seus mistérios e romances... Suas vidas não vividas, sua falta de realidade ao mostrar-se no que parece ser tão real.
Me enrolo em minhas letras enquanto dançam por meus pensamentos desvendando-se sozinhas e criando seus proprios significados.

Doce ilusão


Hoje acordei carente, cheia de saudade. Pra falar a verdade fui dormir com saudade.
Pra ser mais verdadeira ainda demorei e perdi o sono por conta da saudade.
Noite após noite... Isso já está ficando chato.
Seria bem mais facil se esse retardado resolvesse usar o telefone... Não pense que é alguém específico, não é ninguém específico. É apenas a voz que me faz dormir.
Mas talvez esse ninguém seja tudo, e o que é tudo já não seja nada.
Mas o que seria da vida se não houvessem as dúvidas?
Fácil... Tudo seria certeza. E disso, já não tenho mais nada.
17.01.2001 às 23:58
Autor auto-desconhecido (pelo menos está noite)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Parte X - Juliana Lima

Parte IV em http://dricafernandes.tumblr.com/



_______________________



A questão então seria o amadurecer, que é essencial.
Amadurecer não quer dizer que vou mudar o que sou ou quem eu sou, vou apenas aprimorar minhas caracteristas.
Vou olhar pra traz e dar risadas descontroladas pensando em como eu pude gostar daquilo, ou como pude um dia pensar daquele jeito.
Vou me entender melhor, e me conhecer.
Me descobrir mais paciente em certas questões e me sentir mais indignada com outras, que antes me passavam despercebidas.
Vou ligar pro que antes não ligava, e não dar a minima pro que me mata de preocupação.
Vou aprender a ouvir e ficar calada, a olhar e ignorar, e ainda, em certas ocasioes, fingir que não vi.
Entender que 'levar desaforo pra casa' é preciso, e que calar, quando se tem a obrigação de falar, é covardia.
Aprender a amar tanto, mas tanto, que finalmente vou entender o que é amor.

Estou crescendo a cada instante, me aprimorando. Entendendo quem eu sou e reafirmando minhas certezas.
Mas ainda assim, anseio desesperadamente pelo dia que vou chegar a um nivel incrivel em minha maturidade em que vou poder me olhar no espelho e ver uma jovem senhora, com suas primeiras rugas e um rosto um tanto diferente e ainda assim não irei me sentir mal por ter mudado, pois estarei realizada comigo mesma.
Irei chegar em casa depois de um dia cansativo e ver crianças que se sentem tão felizes por me ver que fazem com que cada esforço valha a pena, e nada mais irá me incomodar.
Um dia vou ser gente grande, e assim poder carregar em mim toda minha eterna juventude.

#continuação em dricafernades.tumblr.com