segunda-feira, 16 de novembro de 2009

II - E quando as luzes se apagam?








"Para todo o artista que trabalha com o palco o primeiro contato com ele é pura euforia. Você fica nervoso até mesmo quando não há público... é só a adrenalina do palco. Uma sensação maravilhosa... indiscritivel. Quando você sai do palco é meio como se você estivesse viciado naquela sensação maravilhosa e quando você finalmente se apresenta para um publico imenso o seu sorriso praticamente não desbota e quando a apresentação acaba e as luzes do palco ficam ali reluzindo... É mágico. Mas e quando as cortinas se fecham? E quando as luzes se apagam? O acontece quando todo o extasê do palco acaba? Quem é você sem tudo aquilo? O que acontece quando você descobre que tudo aquilo acabou e você perde a esperança de que aquela sensação irá se repetir? Bem... seja bem-vindo a vida. Seu palco não exite mais, e agora você precisa encontrar o chão." Juliana S. Lima









Nunca gostei de hospitais. Aquele cheiro que fica no ar... não sei se é de remédio ou de algum produto desenfetante mas sempre me deu nauseas. Entrei no hospital cheguei a recepção e quando fui perguntar algo para a recepcionista a mãe de Annie já apareceu com os olhos fundos e inchados como os de quem chorou por muito tempo. Ela me abraçou de leve e disse para eu vir com ela. Quando chegamos a porta do quarto encontramos com o médico que saia dele.
- Como ele está doutor? - Está sob efeito de medicações. A cirurgia não teve o efeito que esperavamos. Creio que ela não tenha forças pra falar, mas ela talvez os ouça.
Fiquei parado como quem escuta alguem falando grego. As palavras não faziam muito sentido para mim.
- O que realmente aconteceu com Annie? A senhora disse que ela sofreu um acidente? - Perguntei a mãe de Annie.
- De carro meu querido. - Fechei os olhos por um tempo respirei fundo para ouvir o que vinha pela frente.
- Pelo o que parece ela estava parada em um sinal quando um outro automovel vinha em alta velocidade a pegou. Já temos a informação de que o motorista estava alcoolisado. - As palavras me vinham frias para o meu estado de choque. Ouvi todo o grego que me persuadia mas só conseguia imagina de olhos abertos olhando para o nada o acidente de Annie. Sua feição. Sua respiração. Podia sentir tudo como se eu estivesse do lado dela. Quando percebi que iria começar a chorar me virei de costas para a mãe de Annie e para o médico e fechei meus olhos com força. Eu já não tinha ar. Foi uma angustia tão grande que tomou conta de mim que mal conseguia respirar. Foi quando senti uma mão sobre meus ombros. Não me importei de ver quem era. Foi então que as palavras "a cirurgia não teve o efeito que esperavamos" resoaram meus ouvidos. O grego se traduzira. Virei-me para o medico e perguntei com a voz num tom muito baixo:
- Como assim a cirurgia não teve o efeito que esperavamos? Como Annie está exatamente?
- Jovem... acredito que ela não passe de hoje.
Deviam ser umas cinco horas da manhã naquele momento. A mãe de Annie pediu para que eu esperasse na sala de espera enquanto ela iria ver Annie. Na verdade eu não sabia se a queria ver... Não sabia se queria confirmar que tudo aquilo era real. Doia de mais para mim. Meu celular tocou e eu meio que acordei de meus pensamentos.
- Rick? - Eu reconheci facilmente a voz de meu irmão. - Como você está? - Ele continuou.
Não consegui mais me conter. Comecei a chorar. Meu irmão era a unica pessoa com quem eu podia ser eu mesmo. Não precisa vingir que estava segurando as pontas ou que eu era forte. Não me aguentei. Dav me conhecia como ninguém... sabia sempre o que falar mas naquele momento ele ficou mudo. Foi então que vieram as suas palavras pausadas:
- Richard... como Annie está?
- Ela... ela não passa de hoje. - Disse entre soluços. Dav se calou. Pensei em como ele soube da noticia mas não perguntei nada.

-Rick... eu já estou indo pra ai. Só tenha força. Você já a viu?
- Ainda não. -Disse um pouco mais calmo. Com muita enfase no pouco.

- Por que você não faz o seguinte? Deve ter alguma lanchonete por ai. Tome um café bem quente lave o rosto e pareça bem quando for ver Annie. A conforte. Ok?
- Está bem. Mas você disse que viria para cá?
- Exatamente. - Eu não sabia que posição tomar. Algo em mim dizia que deveria dizer que Dav não viesse. Mas eu precisa de alguém. Me calei. Deixei que ele viesse.
- Está bem irmão. - Disse com uma voz desanimada.
Fiz tudo o que Dav havia falado muito mais rapido do que pensei. Quando voltei a mãe de Annie dizia que seria bom que eu me despedice. Nunca gostei de despedidas. Puxei o ar com força para ter coragem para entrar naquele quarto e então abri a porta.
Vi Annie deitada virada para a janela. Toda a força que tinha tentando acumular sumiu. Não aguentei e senti a lágrima escorrendo pelo canto de meus olhos. Cheguei até ela. Dei um beijo no
seu rosto. Ela abriu os olhos vagarosamente. Pude ver uma leve expressão de alegria neles quando me encontraram. Passei a mão em seu rosto no qual haviam alguns arranhões e um corte profundo na testa o qual já tinha sido costurado. Passei a mãe proximo aos pontos. Toquei seus lábios. Ela fechou os olhos como quem está muito cansado e senti sua respiração mais fundo. Ela vem devagar tocou minha mão... tocou minha aliança. Notei que ela não estava usando a dela. Deveria ter sido tirada para a cirurgia. Mas ela acariciava minhas mãos e as levava até seus rosto. Minhas lagrimas eram discretas mas mesmo assim estavam lá. Olhei para a minha princesa e seus olhos refletiam a luz do Sol que vinha nascendo bem devagar. Seu cabelos vermelhos balançavam com o vento que vinha da janela e brilhavam com a luz avermelhada do nascer do Sol. Ela deu um sorriso timido. Aquela cena era uma poesia muda. Linda poesia. Emocionante. Cheguei bem perto do rosto dela. A abracei com apreensão de machucá-la. Mas ela em meio a toda sua fragilidade retribuiu meu abraço com toda a leveza que possuia. Encostei meu rosto no dela cheguei os olhos e depois notei que minhas lagrimas molhavam seu rosto. Ela chegou seus labios a mim e com o mais doce tom disse:
- Te amo. - Vi suas lágrimas. Ela fechou os olhos e finalmente descançou. Quando a mais forte luz que ilumina nosso mundo havia aparecido a minha se apagou. O meu anjinho não estava mais comigo. Abracei forte minha Annie mesmo ouvindo o som dos aparelhos que ecoavam pelo quarto. Os medicos me expulsaram do quarto mas eu sabia que ela não voltaria. Sai chorando compulsivamente. Quando a mãe de Annie me viu já dedusiu o que havia acontecido e começou a chorar também. Encontrei meu irmão do lado de fora do quarto. Ele era o que eu precisava. Ele me abraçou e notei que ele também chorava. O meu palco se desmoronou. Não tinha mais luzes ou cortinas. Não havia mais mágica. Na verdade... eu não sentia que não tinha mais nada.

sábado, 7 de novembro de 2009

Parte I - Para toda a história há um fim

- Annie??
Ela se virou para mim e apenas... apenas sorriu.
- Não é lindo? - Ela me disse com um ar de encantada deslumbrante.
Seus cabelos ruivos se balançavam junto ao vento e a luz avermelhada do nascer do Sol refletia em seus cabelos e olhos.
- Que homem de sorte! - Pensei comigo mesmo.
Foi mais ou menos nesse momento me dei conta que nunca poderia amar ninguem com eu a amava. Ela era simplesmente perfeita. Pelo menos perfeita pra mim. Eu sorri e a abracei.
- Não falei que valeria a pena? - Eu disse pra ela.
- É Rick... começar uma caminha pelo monte do Pico do Caparaó a meia-noite, andar a noite inteira pra chegar num topo congelando e completamente exausta. Se valeu a pena? - Ela sorriu.
- Valeu? - Perguntei.
- Claro que sim. É lindo. Maravilhoso. Uma recompensa e tanto para tanto esforço.
Eu a abracei com força. Beijei seu rosto e disse:
- Te amo. - Ela simplesmente sorriu e me beijou...
- É meu bem. Só de pensar que temos que descer isso aqui tudo... Que cansaço. Acho que vou dormir 2 dias inteiros depois dessa. - Ela disse com um sorriso lindo.
- Ah... vc consegue!! Vai curtindo ai que daqui a pouco a gente desce.
Descemos quase morrendo de cansaço e de frio mas afinal valeu a pena nossa aventura. Estavamos marcando essa ida ao Pico do Caparaó há meses e depois de muito planejamento finalmente realizamos. Foi incrivel. Na verdade tudo o que fazia com Annie era incrivel.
Meu nome é Richard Mendez, mas conhecido simplesmente como Rick. Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha 6 anos e desde então eu e meu irmão David que é 5 anos mais velho que eu fomos criados pelos meus avós. Hoje tenho 22 anos, trabalho em uma empresa de publicidade (a gente faz esses comerciais que vocês tanto veem) onde, devo admitir, estou me saindo muito bem. Meu irmão David trabalha comigo... ele é um amigo e tanto. Sempre esteve comigo. Ah.. também tenho um Bulldog chamado Spock e o nome dele... diga-mos que ele curte Guerra nas Estrelas. E tenho a Annie. Annie e eu nos conhecemos no colégio quando tinhamos 17 anos... diriamos que eu me apaixonei por ela depois de um mes e não desisti enquanto não consegui tê-la só pra mim. Estamos juntos desde então e nunca mais nos soltamos.
Depois de levar Annie em casa cheguei no meu apartamento exausto. Tomei um banho e fui logo durmir. Acordei ainda todo quebrado. Já estava voltando a dormir quando lembrei.
- Annie!! - É que hoje era nosso aniversário de 5 anos de namoro e eu tinha preparado uma surpresinha pra ela... mas pra isso precisaria da ajuda de um bando de gente.
- Que droga! Duas da tarde! - Disse a mim mesmo.
- David? - Falei ao ligar pro meu irmão.
- Oie Rick... que foi? - Ele disse com a voz ainda meio sonolenta.
- Acorda irmão! Bora!! Preciso da sua ajuda!
- Novidade!! - Ele disse com o tom mais ironico que ouvi em toda a minha vida.
- Vou ignorar esse "novidade" Dav. Se liga, hoje é meu aniversário com a Annie.
- Quantas décadas de namoro? Nunca vi enrolar tanto alguém... - Ele disse em meio a bocejos.
- Haha... muito engraçadinho. Você lembra do que eu te pedi Dav?
- Lembro sim.
- Agiliza tudo isso então pra mim que eu ainda vou pegar as coisas que faltam e arrumar o jantar aqui em casa.
- Não fura comigo Dav!!
- Tá bom, tá bom... - Disse seguindo de um bocejo!
- Mas pra isso você precisa acordar Dav!
- Acordei, acordei!!
- Ok então irmão! Mandei pro seu e-mail o que é pra escrever no cartão. E não esquece! Rosas vermelhas!!! VERMELHAS... não amarelas, nem rosas, nem azuis ou roxas com bolinhas laranja. VERMELHAS.
- Já entendi. Roxas purpuras.
- Dav...
- To brincando... relaxa irmão. Hoje vai ser um otimo dia pra você. Relaxa homem!
- Tá bom. Fui! - Desliguei o telefone e fui correndo comprar as coisas para o jantar.
- Velas, ok. Mais rosas pra "despetalar", ok. Espaguete, ok. Vinho, ok. Falta o que? ... Ah!! Karen!
- Karen? - Disse ao telefone.
- Oie Rick... fala.
- Lembra de hoje né?!
- Já estou indo pra sua casa.
- Ok.
- Chegando em casa Karen preparou o jantar pra mim enquanto eu arrumava tudo. Coloquei os pratos, talheres e taças em ordem. Despetalei as rosas que comprei e espalhei as petalas pelo apartamento. Coloquei as velas estrategicamente posicionadas.
- Rick. Espaguete pronto!
- Muito obrigada Karen! Você já tem seu lugar guardado no céu. - Disse a ela e lhe dei um beijo no rosto. Karen era um jovem senhora de uns 50 anos que trabalhava como minha secretária e aceitou me ajudar no meu jantar quando contei para ela sobre meus planos.
- Que isso Rick?! Nada de mais! Agora vai se arrumar que daqui a pouquinho Annie chega.
-Verdade! Valeu Karen! - Disse-lhe enquanto lhe mandei um beijo pelo ar e ela saiu de meu apartamentoe rindo.
Annie tocou a campainha e eu todo charmoso fui abrir a porta.
- Boa noite senhorita. - Disse beijando sua mão.
- Muito boa noite sonhor Mendez. - Ela disse rindo entrando no meu joguinho.
- Poderia segurar meu casaco. - Eu o peguei e ela começou a rir.
- Nossa meu bem. Caprichou hein! Esta tudo lindo. - Ela disse e me beijou.
- Você recebeu uma certa entrega misteriosa hoje? - Disse fazendo a minha cara mais misteriosa.
- Ah sim recebi. - Ela disse retribuindo minha cara.
- E o que dizia nela?
- Um deixe-me ver. Junto ao belissimo buque de rosas vermelhas...
- Cores certas.
Ela riu e continuou. - Junto com o buque havia uma caixinha similar a uma de joia... aliança para ser mais especifica. Quando a abri escontrei uma linda cartinha.
- A grana tava curta e só deu pra comprar a caixinha. - Disse rindo.
- Deixe-me continuar! Voltando... na cartinha dizia:
"Querida, são 5 incriveis anos juntos.
Não tenho duvidas de quem nunca poderei
amar ninguém como eu te amo.
Você estará para sempre no meu coração.
Espero que o Dav tenha pego as rosas certas.
Se forem laranjas com bolinhas roxas quero que
saiba que era para serem vermelhas.
Te espero em minha casa hoje às 20:00h para
um jantar a dois.
Traje esporte-fino."
- Bom meu querido. Eram vermelhas. - Ela me disse rindo.
- Aing homem. Já disse que te amo hoje?
- Não - Disse-lhe virando o rosto.
- Mas eu te amo! - Ela me disse e me beijou.
- Owh senhora! Não agarre o anfitrião. Não agora. Sente-se.
- Oh que bela mesa. Quem a arrumou?
- O próprio anfitrião. - Disse a ela fazendo um "cara de 007".
- É... você fez tudo? - Disse com uma cara de apriençao.
- O porquê da pergunta?
- Você a comida também?
- Não. Quem fez foi Karen.
- UFAAA!! - Ela disse rindo
- Já estava pensando na minha ao dizer: "Nossa querido, está maravilhoso!" - Ela disse entre gargalhadas.
- Muito engraçado. Rum!
Em meio a muitos risos, boas conversas e beijos jantamos. Ao fim do jantar coloquei para tocar no aparelho de som Imbranato de Tiziano Ferro e a tirei para dançar.
Quando chegou mais ou menos no segundo refrão da música a abracei e me ajoelhei. Ela começou a ficar com os olhos cheio de lágrimas.
- Querida. Tinha pensado em 500 mil coisas para falar nesse momento... mas agora as palavras me sumiram então vou ser bem objeto - disse eu com um sorriso com um ar de envergonhado. - Quer casar comigo?
- E você ainda pergunta?? - Annie disse rindo. - É claro que sim!
Aquela noite foi incrivel, indiscritivel, emocionante, inesquecivel. Eu insisti muito para que Annie durmisse logo aqui em meu apartamente mas ela teimosa que só ela resolveu ir embora e nem mesmo aceitou que eu a levasse. Dizia que já era bem crescidinha e que podia ir para casa sozinha. Me dispedi e vi ela saindo com seu carro. Fui durmir pensando o quanto a noite havia sido boa e até mesmo pensando em nosso casamento... na verdade, sonhei com a cerimonia. Annie usava um vestido branco de mangas compridas num estilo tomara-que-caia bem justo na parte de cima e que abria em sua saia rodada e longa que se estendia por toda a igreja. Reconheci o rosto de amigos e familiares sentados e a vi entrando. Com um belo sorriso em seu rosto como se todos os nosso sonhos tivessem sido completados. Mas, então, sua expressão mudou, ela tinha um ar de desperada e começou a chorar e quando chegou bem perto de mim... É. O telefone tocou e eu acordei.
- Richard? - Dizia a voz angustiada no telefone. Eu parei para ver as horas... eram 4:00 da manhã.
- Eu. Mas o que foi? Você já viu que horas são? Quem está falando?
- Richard é a mãe de Annie.
- Ah... me desculpe. - Só então cai na real de que algo não estava bem. - Mas... aconteceu algo de errado?
- Richard - A voz dizia agora como se segurasse o choro - A Annie...
- O que aconteceu? - Disse com um tom mais desesperado. A mãe de Annie começou a chorar me falou entre soluços:
- Ela sofreu um acidente... e...
- E o que? - Disse com a voz mais exaltada. - O que houve. - Gritei.
- Richard acho melhor você vir aqui para o hospital. Seria bom que você pudesse falar com ela... talves... talves
- Talves o que? - A mãe de Annie chorou com mais compulsao.
- Os medicos acreditam que ela não vai resistir.
Meus sonhos todos se desmacharam como castelos de areia caem com as ondas do mar. Fiquei em estado de choque. Peguei minhas coisas e ao entrar no carro... bem... eu chorei.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sem querer... começou.

A história que se iniciara nas proximas postagens começou como uma simples redação a qual não tive coragem de por um fim em tão poucas linhas. Gostei da história que antes era narrada por um narrador que não participava dela. Na verdade me apeguei as personagens assim como nos apegamos aos persagens de um livro que a gente não consegue parar de ler... neste caso, de escrever, rs. Deixei a minha redação de lado, comecei outra e a entreguei. As minhas amigas da escola leram a redação e assim como eu se apaixonaram e ficaram a espectativa do fim do romance. Chegando em casa pensei em escrever a proprio punho, no word... mas me veio a subta ideia de criar um blogger para publicar a historia já que minhas amigas queriam tanto lê-la. Criei um blog no qual apenas escrevia a história... mas depois de um tempo parei e quando resolvi retornar vi que sendo um narrador não-participador a historia não tinha a mesma intensidade como na minha imaginação, como em meus sonhos. Fiquei uns 4 meses ou mais deixando de lado meu querido Richard mas mesmo assim já sabia até o fim da história. Para recomeçar a história só me faltava coragem. Pois bem, a coragem está aqui e desda vez não paro enquanto a história de Rick não terminar de uma vez por todas. Ao contrário da primeira vez agora o narrador será participador, de fato, Richard será o narrador, o que fará perder alguns detalhes para quem leu a primeira versão como os pensamentos de Ana e dentre tantos outros. O texto desta vez terá apenas uma visão o que creio que se encaixe com o texto "Verdade" de Drummond que postei na mensagem ao leitor. Ao invés de uma visão de fora, de quem sabe da opinião de todas as partes, desta o leitor só terá a visão de Richar e sua pequenina meia verdade´, o que pode inclusive se encaixar com a nossa vida onde não temos nenhum narrador não-participante que nos conte todas as outras visões de nossa história. Como autora da obra minha intensão é que o leitor se apegue a história e consiga se colocar no lugar de Rick. Realmente "viver o livro... ops... a história".
Então,
Boa leitura.
Beijocas!!

Verdade

Tenho uma certa afeição por esse poema. Ele estará disponivel na borda esquerda do blogger na mensagem ao leitores.
Nada melhor do que ele para iniciar meu blogger.

Verdade
Carlos Drummond de Andrade

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.