terça-feira, 23 de agosto de 2011

Eles dois

Ela caçoava dele. O maltratava nas palavras que brincam com as mais diversas situações. Ele ria, talvez por graça da piada, ou talvez pela falta de graça em si, causada pela mesma piada. Tanto faz o motivo, só sei que riu, mordeu o canto da boca e a olhou de canto de olho. Olhar que indicava perigo de vingança. Beijo vindo da dama na bochecha do cavalheiro para evitar mais uma -adorável- briga. Mas alguma coisa saiu do comum entre esses dois melhores amigos. Seus olhares se encontraram. Ela não teve primeira reação ao beijo -bonito e infantil- que fora roubado. Se houve a segunda reação? Sim houve. Se mostrou indignada e reclamou sem parar, e como não havia outra forma de fazê-la se calar, ele a beijou de novo. E mais uma vez à tarde. E à noite novamente. E de novo. De novo. De novo. Que nunca acabe, ela desejou. Que se repita de novo.