terça-feira, 30 de agosto de 2011

Não achei um título

Queria tanto escrever sobre a gente.
Queria tanto aprender a expressar em palavras.
Queria tanto conseguir um título pra nossa história.
Queria tanto conseguir uma imagem pra ilustrar.
Queria tanto que fosse fácil descrever o real do mesmo jeito que descrevi o imaginado.
Não, não. Não! Eu não quero nada disso.
Melhor que não tenham pontos ou vírgulas.
Melhor que não tenha medida.
Melhor que não haja ponto final.
Melhor que não se possa escrever.
Melhor que só se possa viver.

Doce como algodão doce


We to us


Tempo ao tempo


Parte XXII - Juliana Lima

Parte XX em dricafernandes.tumblr.com
______________________________________
Do que adiante o tempo se o eu não o permite trabalhar? Do que adiantam as pessoas se o eu não as deixam notar? Sim, sim... Talvez elas devessem notar. Definitivamente elas deveriam notar.
Com sinceridade a culpa é bem específica. Até mesmo as pessoas que são sempre meio culpadas, até elas não teriam culpa se o específico culpado não existisse.
Na verdade tudo é por sua culpa. Por sua culpa precisaria que as pessoas notassem. Por sua culpa precisaria que o tempo ajudasse. Tudo culpa dele. Tudo por culpa da sua ausência.

______________________________________
continua...
dricafernandes.tumblr.com

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Eles dois

Ela caçoava dele. O maltratava nas palavras que brincam com as mais diversas situações. Ele ria, talvez por graça da piada, ou talvez pela falta de graça em si, causada pela mesma piada. Tanto faz o motivo, só sei que riu, mordeu o canto da boca e a olhou de canto de olho. Olhar que indicava perigo de vingança. Beijo vindo da dama na bochecha do cavalheiro para evitar mais uma -adorável- briga. Mas alguma coisa saiu do comum entre esses dois melhores amigos. Seus olhares se encontraram. Ela não teve primeira reação ao beijo -bonito e infantil- que fora roubado. Se houve a segunda reação? Sim houve. Se mostrou indignada e reclamou sem parar, e como não havia outra forma de fazê-la se calar, ele a beijou de novo. E mais uma vez à tarde. E à noite novamente. E de novo. De novo. De novo. Que nunca acabe, ela desejou. Que se repita de novo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ele

- Nossa isso é melhor que frango.
- Hã?!
- Seu beijo. É melhor que frango frito! Sinta-se honrada mocinha. Eu não sabia que existia coisa melhor que frango.

Ela & Ele

Sentados, na chuva. Escondidos debaixo de um guarda-chuva sob uma árvore. Abraçados. A baratinha que andava despercebida do mundo à sua volta dava o charme à cena, desfilando, toda posuda, sob a única forte luz vinda de um poste.
Poste. Ele fazia com que as gotinhas de chuva, que de garoa estavam virando chuva pesada, parecessem chuva de prata.
A música era feita pelos carros passando no asfalto molhado que davam seus flashes de luz pelo caminho.
Ela o disse que aquela cena daria uma foto linda, mas também não teve culpa se os melhores momentos não são muito bem registrados.
Silêncio, e entre ele piadas espontâneas, que pra esses dois é o mais próximo de romance que conseguem. Na verdade isso tudo é romance. Na verdade é mais que isso. Eu chamaria de amor.
Mãos dadas. Boca na boca.
Foi bem assim que ambos se descobriram viciados.
Um no beijo do outro. Um no abraço no outro. Um nas piadas do outro. Um no sorriso do outro. Um nos olhos do outro. Um na voz do outro. Pra resumir a história, um no outro.

sábado, 20 de agosto de 2011

Quem disse que eu quero ser feliz?


- Você realmente acha que você vai conseguir ser feliz com uma pessoa assim?
- E o que que tem ele? Qual é o problema?
- Uma família problemática só pra começar.
- E dai? Quem disse que eu quero estar com ele pra ser feliz?
Eu quero fazê-lo feliz. Eu quero fazer de tudo pra melhorar tudo o que eu puder na vida dele. Quero fazer com que cada dia dele valha a pena. Quero ser o motivo do sorriso dele por cada manhã. Quero saber que ele me olha dormindo e acorda beijando minhas mãos porque ele é feliz. Pra mim não haveria maior felicidade.

Ele & Ela

Ele: - Eu já posso ver a gente velhinhos.
Ela só olha pro nada imaginado como seria.
Ele: - Eu chutaria sua bengala e sairia 'correndo' (ele anda imitando como iria 'correr' velho) enquanto você iria me xingando tentando me alcançar.
Ele a abraça, dá um cafuné típico dos seus momentos implicantes e a beija na testa. Talvez imaginando envelhecer junto com ela, talvez sonhando passar a vida inteira ao seu lado, talvez só querendo que fossem pra sempre os dois que são agora: dois chatos implicantes que se amam mais que tudo.

Parte XX - Juliana Lima

Parte XIX em http://dricafernandes.tumblr.com/post/9019395652
______________________________________________________________
...seria a incrível noticia de que é. No presente, agora. Viver do passado não dá. Chorar dores passadas, rir de alegrias passadas que doem por serem... passado. A verdade é que o passado só vai embora quando o presente começa a ganhar vida e, de fato, se começa a viver.
O perdido só pára de doer quando se encontra um substituto. Mas o medo de repetir a história perfeita com final trágico é tão grande, que o sofrimento começa antes de começar.

Talvez, um dia, eu entenda que se o final não foi feliz, não foi uma história perfeita. Talvez, um dia, eu olhe pro lado e perceba que o que estava na minha cara por tanto tempo, quem estava do meu lado, sendo amigo pra toda hora, ouvindo minhas histórias, xingando quem me fazia sofrer, ameaçando-os de morte (ou só algumas surras) e fazendo tantos outros dramas que me faziam gargalhar enquanto enxugava as lágrimas reprimidas, esse mesmo alguém era quem queria fazer minha história perfeita.
E então eu iria descobrir que histórias felizes não tem fim, elas simplesmente continuam pra sempre.
____________________________________________________
continua em dricafernandes.tumblr.com

Tapas




em dricafernandes.tumblr.com

domingo, 14 de agosto de 2011

Planos sonhados, sonhos planejados

A gente vai terminar o colegial juntos, e como quem não quer nada começamos a juntar dinheiro. Mais uma vez como quem não quer nada, você me pede em casamento. Eu vou fingir que não esperava por isso desde que percebi que você é o homem da minha vida. Vou fazer cara de surpresa. E pro resto do mundo a gente começou a namorar. Em segredo a gente compra um apartamente e quando estiver tudo certo anunciamos nosso casamento pro mundo. Meus pais vão pirar. Todo mundo vai dizer que somos duas crianças brincando de gente grande. Mas sinceramente eu não vou ligar. Humildemente vou convidar cada um deles pro nosso momento, e no meu discurso matrimonial vou contar de todo o plano que bolamos, de tudo que sonhamos e como realizamos. Vão chorar, engolir a seco as palavras e talvez até desejem terem tido uma história como a nossa.
Então num dia qualquer eu vou acordar, meio perdida, sem saber onde eu estou. Olhar o espaço e reconhecer a silhueta ao meu lado. Vou te ver dormindo, lembrar de tudo, e perceber que o sonho se realizou.
É... Não tem nada mais inesperado do que quando todos os planos dão certo.

Ele

Ele - Nunca te vi de coque.
Ela - Hã?!
Ele - É... coque bagunçado, com cara de dona de casa.
Ela - Nunca me viu assim?
Ele - Não. Quero te ver assim. Acho lindo o bagunçado, cara de quem acabou de acordar.
Ela - Vai parecer que você vive comigo [sorri], e já não me vê arrumada.
Ele sorri com cara de que é exatamente isso que deseja.

____________________________



em dricafernandes.tumblr.com

Ela

Ela - Você só tem que deixar crescer aqui pra fechar seu cavanhaque.
Ele a olha estranho.
Ela - Que foi? - diz sorrindo
Ele - Todo mundo fala pra eu tirar isso da minha cara.
Ela acarecia seu queixo cabeludo.
Ela - Não tenho nada contra, na verdade eu gosto.
Ele - Então... -sorri e segue a frase de forma espontanea- Quando a gente vai casar mesmo?

domingo, 7 de agosto de 2011

Parte XVIII - Juliana Lima

Parte XVII em dricafernandes.tumblr.com/post/8457061930
____________________________________________________

É um contraste tão grande. O que eu quero, o que eu penso estar acontecendo e o que de fato acontece, e o mais triste de tudo isso, é a ilusão.
É que no fundo, no fundo, a gente acredita. E por acreditar, a gente se decepciona. Se decepciona quando descobre que não faz falta, se decepciona quando vê que não significou nada.
Como pode? Como alguma coisa pode ter sido tão... bonita pra um e pra outro simplesmente não ter feito nenhuma diferença?
Sabe aquela sensação de ter sido esquecido? A sensação de que só você está sentido saudades enquanto o resto do mundo segue suas vidas como se nada tivesse acontecido? Então, essa é a parte chata de você ser você, e o outro ser o outro, e ninguém poder entrar na cabeça do outro pra plantar a sementinha do acorda otário e vê tudo o que você está simplesmente deixando de lado.

____________________________
continua...
dricafernandes.tumblr.com

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Vingança.

Antes a única coisa que eu queria era sumir.
Pensar em como me doía te ver, pensar nas desculpas que teria criar para os "por que você tá assim?" me cansava.
Não queria tocar no assunto, só queria desaparecer.
Mas agora estou muito afim de aparecer.
Aparecer e fingir que não me fez mal.
Me fazer de 'superior' e fingir que não faz falta.
Aparecer e rir bem alto, só pra te enganar.
Aparecer e te lembrar de todas as promessas/ameaças que me fez e não cumpriu.
Vou aparecer tão feliz, tão bem, tão mentirosa que vou te dar vontade de sumir.






"A melhor vingança é o esquecimento."