terça-feira, 13 de setembro de 2011

Papel e lápis


Rascunho à lápis, mas nunca apago. Esqueço da existência e utilidade da borracha. Se não gosto jogo fora e faço outro. Por que à lápis então?
- Não sei.
Talvez seja questão de (in)segurança.
À caneta, só quando tenho destino e certeza que está tudo certo.
Incrível.
Vez ou outra erro à caneta, e ao contrário do lápis com o qual apenas dou um traço permitidor de leitura sobre o erro, tenho que apagar com corretor. Acabo deixando cicatriz onde pensava ser certo, e onde acreditava não ter certeza deixo tudo às vistas, marcados (pois são erros), mas nunca escondidos.
Lápis me faz escrever o que dá na telha, caneta o que é preciso, o que me é pedido.
Lápis me tira o foco, caneta não me permite fugir das linhas.
O grafite, meu favorito, me deixa esquecer das regras e, ainda assim, ver onde errei.
A caneta vive me pedindo perfeição. A tinta pede visão. Mas meu cinzento traço só pede a minha opinião.