domingo, 27 de novembro de 2011

os dois

Era portão sob luar apaixonado. Era abraço apertado ritmado. Era valsa descalça na calçada. Era saia do vestido que voava a cada rodada. Era hora de despedida. Era beijo de até amanhã. Era o voltar por não ter coragem de ir embora. Era beijinho de sorriso. Era tudo, a toda hora.

Força, Coragem, Vontade

Obrigada, por não permitir que fosse tarde demais.
Obrigada, por nunca desistir de mim.
Obrigada, por cada vez que me ouvistes.
Obrigada, por me mostrar que estava me ouvindo.
Obrigada, por me levar até lá.
Obrigada, pelo o poder sentir Tua presença.
Obrigada, pelo perdão.
Mas, agora mais do que nunca, preciso de força. Preciso de coragem. Preciso de, principalmente, vontade.
Preciso reencontrar as verdadeiras paixões. Preciso de Ti.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Melhor Amigo

Eu tenho um melhor amigo. Ele é o cara em quem confio de olhos fechados e abertos. É nele que dou broncas e também é dele que as ouço. É pra ele que nunca escondi nada. É com ele que meus olhos não aguentam e se impossibilitam de mentir.

Eu nunca menti pro meu melhor amigo. Eu nunca falei tudo o que ensaiem pra brigar com ele quando se atrasava (é que a felicidade de o ver me faziam esquecer da raiva).

Eu já enxuguei algumas lágrimas de seu rosto e também ri do seu sorriso. Na verdade eu acabo sorrindo toda vez que ele fala do meu sorriso. Eu já senti o encaixe perfeito de nosso lábios e desfiz nós na garganta ao sentir seu beijo.

Já fechei os olhos ouvindo seu coração. Já esqueci do tempo olhando seus olhos e sorriso. Já me perdi o observando distraído imaginando o quanto tenho sorte. Já senti sua falta, já não quis o deixar voltar pra casa, já lhe disse que o amo.

Eu tenho um melhor amigo que já chamei de irmão, chamarei de marido, e que, por enquanto, chamo de namorado.


p.s.: 93 dias

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

......

Vou fazer algo pros outros e esquecer de mim. Um lugar pra escrever o que é bonito e poético, escrever o que e como se quer ler. Deixarei tudo que realmente quero falar guardado a sete chaves, te mostrarei o que quer ver, te farei feliz, te enganarei.

Outro Mar


Isabella Taviani

"E eu tenho medo
O silêncio quer gritar
Que me perdoe
Eu não posso mais ficar
Eu não quero mais
(...)
Abri as portas da vida, louca vida
Abri meus braços pro mundo
Não to mais sem rumo
Livrei meu corpo da dor
Porque chegou a hora de viver um novo amor"

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Dedicado para Adriane Fernandes
- Quero ver sorrisos em teus lábios.

domingo, 6 de novembro de 2011

Para evitar sustos

Eu leio meus primeiros posts e fico com vergonha da idiota que eu já fui.

Eles dois, feijão com arroz

"Ela gosta dele. Ele gosta dela. Todo mundo sabe disso, menos eles."


A frase é clichê e de dono perdido, mas me lembrou deles no isso. Eram burros ou apenas cegos? Dois melhores amigos, dois irmãos sem medo de declarar o amor nesta irmandade. Quando saiam todos comentavam, ninguém nunca acreditou em sua inocência, que sim, era muito real. Eram "eu te amo"s desenfreados e descarados, "amo-te tanto, que amo até os teus defeitos", "seria tão legal se morássemos juntos" e nunca entenderam tudo isso, até comentários sobre casamento virem:
- Fala sério, não tem jeito. Eu vou acabar casando contigo.
Ela não reparou muito nestas palavras, talvez nem tenha notado que saíram de sua boca. Continuou andando como se tivesse acabado de afirmar que deveria chover mais tarde. Mas, por algum motivo, talvez óbvio para um expectador não-participador, ele congelou no mesmo lugar, e só voltou a andar quando ela o gritou de seus dez passos a frente dele perguntando o que tinha acontecido e se ele iria ficar ali pra sempre.
Bem acho que ele descobriu toda a verdade ali. Talvez tenha sido depois, pensando nas possibilidades, ou também tenha sido quando ele percebeu o quanto sentia ciumes dela. Tanto faz, ele não disse nada, não fez nada. Creio que tenha sido por medo de não ser nada disso. Pode ter sido por medo de perder a amizade.
A descoberta sobre a curiosidade dela tinha sido feita não se sabe se antes ou depois, mas foi numa conversa de início tristonho à dois, sentados num ponto de ônibus frio e vazio numa noite doída qualquer. Passaram-se três, quatro, cinco ônibus, mas não queriam ir embora. A conversa era boa, e vinha em boa hora. O coração mudou o ritmo, ela arregalou os olhos se perguntando o que era aquilo. Deu-se uns tapas imaginários e pediu-se auto-controle. Era coisa do momento, ela imaginou. Mas o novo olhar sobre o melhor amigo mudou. Olhava seu sorriso de jeito diferente. O contraste cabelos negros-olhos verdes pareciam brilhar mais, talvez ela nunca tenha notado esse detalhe antes. Sentia a mesma saudade de sempre, o mesmo amor de sempre e uma curiosidade nova se isso tudo desde sempre foi outro tipo de amor.
Os dois não assumiram um para o outro, pelos mesmos medos do 'não dar certo', e amizade nunca mais ser a mesma. Mas coisas assim tão puras e verdadeiras não se escondem por muito tempo. Selinho roubado veio, reclamação assustada também. Selinho roubado repetiu e a reclamação não parou, mas diminuiu. Beijinho colado chegou, e a conversa dos dois continuou. Agora sobre tudo que sempre discutiram antes, mas também sobre datas e casas, filhos e outras coisas mais, completamente normais entre casais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eles voltaram (mas nunca tinham ido)

- Teu sorriso é tão lindo
- Não é nada
- É sim, sua boca é mais fina nos cantinhos, mas quando você ri ela some e seu tracinho de sorriso cresce até as bochechas. - Ela sorri mais uma vez, desta vez cheia de vergonha, escondendo o rosto
- Viu só? É tão lindo. Eu queria ser bom com as palavras como você, talvez eu conseguisse descrever esse sorrisão todo

Surdez e um pouco Cegueira

Tirei-a de seu 'esconderijo' e depois de tanto tempo, a li. Mais uma vez desperto fora o desejo por Tua Palavra. Não havia reparado que já estão amarelas estas páginas. Não havia reparado na solidão que as tenho deixado. Tinha me esquecido do Senhor destas palavras, e que Ele sempre me permite as ler de novo, procurar de novo, ser perdoada de novo, renascer de novo. Agora que a memória me bateu, por favor, devolva-me a coragem. Por favor, devolva-me a vontade do quebrantar. Devolva-me a vergonha do que não é certo. Devolva-me as lágrimas para que então possas secá-las e perdoá-las. Por favor, me devolve a vontade que tanto tive de Ti. Devolva-me a vontade de voltar.


"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo." - Apocalipse 3:20
"Você disse: 'Não fui chamado!'? Acho que deveria dizer: 'Não ouvi o chamado'(...)" - William Booth


- Obrigada pela lembraça

Falta de memória

Infelizmente eu esqueci como posar para fotos. Esqueci como ser bonita em pequenos espaços sem movimento. Esqueci como fingir.

Cinema pra dois


Era cinema de sala cheia. Comum comédia romântica. Ele se perdia nas rápidas legendas e vez ou outra engolia o orgulho para perguntar qual era a piada. Estavam nas primeiras fileiras e a tela os parecia engolir.
Como todo romance que se prese tinha que ser triste, apaixonado e bem-humorado. Ela olhou pro lado, viu a silhueta do seu amor atento ao filme. Piscou algumas vezes e lembrou de sua história com ele. A história do filme não era tão boa quanto a deles dois. As mãos estavam dadas com cotovelos apoiados no braço da cadeira de cinema. Ela esqueceu um pouco do filme do cinema, e imaginou o seu filme que acontecia naquele momento. Perdeu noção de tempo e algumas partes da história enquanto continuava a olhar aquela cena. Imaginou uma foto, mas como sempre acontece, nunca se tem câmeras quando mais são necessárias. Continuou olhando, e percebeu que tudo que passava por sua cabeça não era sonho. Chegou os lábios perto dos olhos verdes que tanto lhe enamoram e os beijou. Ele a olhou como quem não entende muita coisa, e ela o beijou os lábios. Apertou sua mão áspera, puxou seu braço e o agarrou em forte abraço. Beijou de novo e cochichou:
- Meu príncipe.
- Como?
- Nada não. - É que ela não iria repetir, mas em sua cabeça falou:
- Meu príncipe de cinema finalmente chegou.

#Foto por: Marcel Blanco.

74 dias

Desculpe, mas meu egoísmo [que até então não conhecia] não me permitiu preparo para isso. Tanto sonhei com meu porto-seguro, meu ponto de paz, que pensei que isto seria tudo, pois foi novo pra mim. Então [o egoísmo] não me deixou ver que também era novo pra ti. Sim, sim, sempre soube que era único, que nunca confiara e se entregara tanto. Mas a verdade é que a teoria, por mais que tenha sido perfeitamente compreendida, só faz de fato sentido, quando se torna prática.
Sonhei, sim sonhei em ser porto-seguro pra ti. Sonhei, sim sonhei em ser a pessoa na qual você mais confiasse neste mundo. Sonhei, sim sonhei que não terias medo de chorar em minha presença. Sonhei. Sonhei?
Ninguém sonha com as lágrimas alheias. Se há amor, lhe causam dor. Impotência. Tentar de tudo pra fazer alguém feliz, fazer de ti minha prioridade total. Abrir mão de todo e qualquer compromisso. Fazer de ti parte de mim, te fazer parte de tudo o que é meu. Pena que nunca lhe perguntei se era isso que desejaras. Não sei se te dói mais minha ajuda do que minha ausência. Entendo que homem é bicho estranho, que não gosta de ter necessidade de ajuda, mas eu não consigo não fazer nada quando sei que eu devo te ajudar.
Deixei as coisas bem claras, e és completamente sincero pra mim. Não me esconde nada, incluso lágrimas. Impotência. De novo.
Por mais que faça tanto, não consigo te ter feliz. Na balança, quando pesado, teus dias se passam mais tristes do que em teus sinceros sorrisos que tanto me apaixonaram. Sei que faço tudo o que posso, sei que eu certa. E tu também o sabes. Mas descobrir que a prática dói, disso não sabíamos.
Penso que sou egoísta quando penso que és egoísta por continuar triste após tudo o que faço por ti. Choro escondida cada vez que descubro que estou pensando mais em mim do que em você. Sei que precisas de mim, sei que faço diferença, mas também sei que não tenho sido suficiente pra sarar tuas feridas. Sou como água com açúcar. Acalmo sem explicação científica, mas não sirvo em nada pra curar.
Quero-te feliz ao meu lado, quero-te rindo do início do nosso amor. Quero arco-íris depois de toda essa chuva.
Quero teu sorriso de volta, meu amor.
Quero tua felicidade plena.
Quero que entendas, por favor, entenda, não quero nada além de ti. Não quero amor comprado, não quero presentes. Só quero meu amor do meu lado, fazendo suas graças, sorrindo sem pudor, sem me medir ou controlar, apenas nós dois na essência do que somos. Nos aceitando como sempre fizemos, e sabendo que somos o suficiente um pro outro.
A maior forma de agradecimento é o amor. Não faça nada além disso por mim.