segunda-feira, 11 de julho de 2011

Experimentos

"Uma vez que tenha experimentado voar, você andará pela terra com seus olhos voltados para o céu, pois lá esteve e para lá você desejará voltar." (Leonardo Da Vinci)

Experiências. Todas elas, por menores que sejam, por mais relevantes que as considere, irão mudar quem você é.
Talvez a palavra certa não seja 'mudar', melhor seria 'formar'.

Você é como é por causa de tudo que passou desde seu primeiro segundo neste mundo.
Cada uma das suas escolhas, cada reação pra cada momento. Experiências.
Quem as têm é dito sábio, quem não têm passa por tolo.
Tudo issso pelo o que viveu, ou, ainda, pelo o que não se viveu.

Experiências.

Quando boas nos deixam a necessidade de repetir a dose, e quando a dose aumenta, não se quer mais o que antes era suficiente.
Tudo por causa da bendita experiência.

Experiências.

As ruins, de tão repetidas se tornam normais, e, pouco a pouco, já não são tão ruins.

Experiências.

Que ainda não tive, mas sonho como se já as tivesse vivido e me viciado em quere-las de novo.

Experiências.
Minhas, suas, nossas, de todos.
Apenas experiências.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Merece ser lido



Durante um debate em um universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, ex-ministro da educação e atual senador Cristóvam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
Um jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar consigo um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade, assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Defendo a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de comer e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.

Excessos na aceitação do fim.

Por que não disse não?
Por que não lutou, brigou feio?
Por que não tentou mudar minha visão?
Por que concordou comigo?
Por que?

Disse cada uma das palavras que estavam entaladas em lágrimas não choradas
Tudo aquilo que eu queria que fosse negado
Só queria que não fosse verdade
Mas não discordou de mim

Aceitou meu pedido de não-explicação
Calou-se.
Aceitou o fim.

Pergunto-me se acaso fizeram alguma diferença minhas palavras
Que agonia não saber se faço falta
Que angustia não saber qual importância tive
Que dó... Que dó