segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sinopse - figurino conceitual

O texto abaixo foi apresentado na Escola Municipal Professor Ary Quintella, no ano de 2009, durante um desfile conceitualizado na ditadura militar.

- Achei válido dividi-lo com vcs ^^, entao... Ai esta! rs'

Sinopse sobre figurino conceitual

O ano é 1973. A ditadura militar está a toda. Nossas vozes se fazem calar e a simplicidade do mudo grita dentro do povo... Mas quando a boca se cala, os olhos falam... Gritam. Gritos estes que ecoam e doem alma.
Calados? Podemos até fingir que estamos, mas nossa música fala por nós. Nossos olhos não se calam.
O desespero de ser calado quando os nossos pulmões se inflamam enlouquecidos por gritar verdades explícitas que ninguém tem coragem de falar, e quem fala some, incham nossos olhos com as lágrimas que escorrem. Cada uma como uma parte do cinema mudo dessa história.
Porque mesmo sabendo que
“Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão”
e sabendo que
“Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão”
“Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição”
“Somos todos soldados”...
Não deixaremos de lutar.

Que o povo tenha voz mesmo quando amordaçado.

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Texto de Juliana S. de Lima, 2009