terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sobre primeiras vezes não pensadas


E pela primeira vez em toda minha vida, chorei de verdade.
Não que eu tenha fingido lágrimas, mas é que minhas lágrimas sempre foram raivosas, frustadas ou decepcionadas.
É que pela primeira vez chorei tristeza. Pela primeira vez chorei não poder fazer nada. Pela primeira vez chorei desesperado, sem conseguir controlar onde ou com quem.
Pela primeira vez fiquei de costas e andei pelas beiradas para que não vissem meu desespero.
Primeira vez que me joguei no chão do banheiro pra tentar me controlar -as outras foram pra descontrolar e desabafar comigo mesma.
Primeira vez que não voltei reabilitada dele. E incrivelmente, também pela primeira vez, houve alguém do lado de fora. Pela primeira vez tive quem fosse atrás de mim, tirasse meus olhos vermelhos das paredes com as únicas palavras de "o que foi?". Alguém que me abraçasse e se contentasse com meus soluços desesperados, até que as palavras explicativas sobreviessem a minha boca.

Jamais saberás o quão importante foi ter alguém pra finalmente me fazer entender que não preciso não sentir, e que não precisa ser sozinha. Talvez nunca entenderás a importância de eu poder confiar, pra finalmente conseguir ser apresentada a mim mesma em minha plena essência. Muito obrigada e -agora que me apresentou à mim- nunca mais vá embora.